quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Companheiro Adão Pretto, presente!

A Marcha Mundial das Mulheres, nesta triste manhã de 5 de fevereiro, solidariza-se com a família e os amigos de Adão Pretto, com seus companheiros e companheiras de militância, com o MST, e com todo o povo gaúcho, pela perda desse companheiro de longa caminhada, que tanta falta nos fará a partir de agora.

Adão Pretto atualmente era Deputado Federal pelo Partido dos Trabalhadores.

Com certeza, Adão estará presente na nossa luta por reforma agrária, por justiça, por igualdade, luta que marcou a sua vida. Sua militância integrou de forma indissociável uma trajetória coletiva de lutas e vitórias que, com certeza, marcaram a história recente do povo brasileiro.

Que sua simplicidade, sua coragem e sua sensibilidade sigam conosco, iluminando nossos caminhos vindouros. Que seus sonhos sejam a nossa luta. Até sempre, companheiro Adão.

MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES


Do blog da Alessandra*: http://terribili.blogspot.com/2009/02/adao-pretto-presente.html
Hoje é um dia triste. Não só pro PT, não só para os lutadores e lutadoras do campo brasileiro, não só pro Rio Grande do Sul, nem só pro Brasil. Perder Adão Pretto é triste até pra quem nem sabe que ele viveu. Perdemos mais um guerreiro do povo, das lutas, do barro, da terra. Mais um que fazia diferença na nossa caminhada suada por justiça e igualdade. Pelo socialismo.


A primeira coisa de que lembrei nesta triste manhã foi dos tempos de movimento estudantil, quando, em Brasília, o deputado Adão Pretto freqüentemente cedia seu apartamento para a militância jovem se alojar, se reunir, produzir. Eu lembro da sensação de perceber que ele era um de nós, embora deputado. E que isso não significava mais do que alguém que usa o espaço do parlamento pra fazer a mesma luta que eu fazia nas salas de aula. Essa percepção é tão importante, e é tão presente na figura simples e generosa de Adão, que até hoje eu não entendo por que será que nem todo mundo é assim.


Hoje o post é triste. Não dá pra ser diferente. Mas pra ficar mais bonito, peço emprestado ao meu amigo Rolan Crespo um poema que ele escreveu sobre o MST, para que eu possa homenagear esse companheiro que segue presente nas nossas lutas e na mística das nossas lutas.

Falando sério...
Rolan Crespo, em 22.10.08

Dando porrada no escuro
Mas se mantém de pé
Tem o andar sereno,
Não pede perdão,
Não ajoelha no chão
Não baixa o olhar

Ergue o punho fechado
E canta uma canção:
Louva os oprimidos
Os sem terra
Os sem pão

Louva os que têm os pés cansados
De amassar barro nas estradas
Louva o grito ardente que clama pela terra
Louva os que vêem o futuro com grandeza

O novo virá diante de tanta miséria,
tanta pobreza, tanta fome, tanta humilhação.
E nossas vozes roucas cantarão
Aos que transformam o suor na água de irrigação,
o sangue no adubo das plantações
e a lágrima no riso alegre da colheita.


* Alessandra é jornalista, da setorial de mulheres do PT e militante feminista da MMM-SP

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