domingo, 31 de maio de 2009

Economia Solidária na Festa da Biodiversidade

Por Eliege Fante do Núcleo Amigos da Terra Brasil.

Hoje (dis 22/05) foi dia de diversidade e de alegria no Largo Glênio Peres: mais de trinta entidades ambientalistas, movimentos sociais e culturais levaram suas campanhas e seus produtos da economia solidária para expôr e se comunicar com a população. Foi a terceira edição da Festa da Biodiversidade, data celebrada em todo o mundo.
A mobilização chamou para o debate em torno da questão “Biodiversidade e clima, o que tenho a ver com isso?”. Para o membro dos Amigos da Terra, bioconstrutor e permacultor Fernando Costa, o equilíbrio do Planeta depende da defesa da biodiversidade. E alerta contra as falsas soluções apresentadas por aqueles que visam ao lucro e consumismo desenfreado, por exemplo, a falsa solução dos agrocombustíveis e o plantio de monoculturas exóticas.
Para a coordenadora dos Amigos da Terra, geóloga Lúcia Ortiz, “esta diversidade de atores reunidos nesta Festa mostra o quanto o tema meio ambiente está na vida das pessoas e o quanto elas se importam com o meio ambiente”.
Dentre as várias atividades, houve a encenação de um ataque da especulação financeira sobre a natureza e o impacto na comunidade. Ambientalistas com máscaras onde lia-se T, de transgênico, representavam uma monocultura de árvores exóticas que se desenvolveu e foi derrubada com uma motosserra. No fim, a comunidade reagiu e replantou árvores nativas, visando permitir a recuperação da biodiversidade.
Materiais foram multiplicados, divulgando iniciativas que geram soluções positivas e solidárias para a crise climática e ambiental. Como:
- celebrando do Dia da Biodiversidade!
- trocando, produzindo e consumindo produtos locais, fortalecendo assim as redes solidárias de economia que trazem benefício para cada região;
- preservando a biodiversidade local e quem cuida dela, como os agricultores ecológicos, os provos indígenas, as abelhas nativas, os morcegos e aves nativas, etc;
- valorizando o que a natureza oferece aqui mesmo na cidade, como sombra, frutas da estação, ervas medicinais, linda paisagem, etc;
- boicotando as transnacionais e seus produtos;
- unindo-se a grupos locais para demandar ao poder público políticas que aliem a preservação da biodiversidade e a qualidade de vida na cidade;
- preferindo andar a pé, de bicicleta ou transporte coletivo.
Veja mais algumas imagens em www.natbrasil.org.br

quarta-feira, 13 de maio de 2009

FORA YEDA, já!!!

CUT e CMS exigem impeachment do Governo Yeda/Feijó


Nesta quinta-feira, 14, a CUT e a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), irão realizar uma grande manifestação exigindo o impeachment do governo Yeda/Feijó. O ato será às 11h, em frente ao Palácio Piratini. Antes, haverá duas marchas de trabalhadores, saindo de pontos distintos da capital.

Às 9h, trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar sairão do Parque Harmonia em caminhada até a Praça da Matriz.

Às 10h, professoras, servidoras (os) públicos e estudantes sairão em marcha, da frente da sede do CPERS/Sindicato, até o local do ato. A Marcha Mundial das Mulheres tb se encontrará em frente ao Cpers.

A CUT e a CMS exigem explicações e o impeachment do governo Yeda/Feijó frente a mais um escândalo de corrupção. A sociedade não merece assistir semanalmente, na imprensa nacional e internacional, escândalos de corrupção que envergonham e maltratam o povo gaúcho.
Ato pelo impeachment do Governo Yeda/Feijó

Quando: Quinta-feira,dia 14, às 11h

Onde: Praça da Matriz, centro de POA

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O primeiro massacre do governo Obama

por Emir Sader

Pode-se ter maior ou menor simpatia pelo novo presidente norte-americano, acreditar-se um pouco mais ou um pouco menos nas suas palavras, valorizar mais ou menos a mudança de tom do governo dos EUA ao tratar suas diferenças com outros governos. Mas há um limite para julgar o caráter de um presidente e de um governo. Esse limite chegou agora, com o massacre de pelo menos 150 civis no Afeganistão.

Já tinha havido mortes, na semana anterior, de algumas centenas de supostos militantes pelo Exército do Paquistão, cuja credibilidade é nenhuma e permite supor que se tratava, na sua grande maioria de população civil, exibida como talibãs, para tentar recuperar minimamente a imagem do exército daquele país. O governo norte-americano pode fingir que acreditava nessa versão.

Mas agora as versões vêm das próprias autoridades do Afeganistão, país ocupado por tropas ocidentais, comandadas pelos EUA. Pelo menos 150 pessoas – na sua grande maioria mulheres e crianças, sintoma claro de que se trata de população civil – foram vitimas de bombardeios de tropas ocidentais. Nada a esconder, nem a duvidar.

Que atitude tomará o novo presidente dos EUA? Considerará essas mortes “efeitos colaterais não desejados”? Ou como “riscos de todo conflito bélico”? Ou como “civis que acobertavam a terroristas”? Ou “abrirá uma rigorosa investigação para apurar responsabilidades”? Ou pedirá “desculpas aos afegãos por esse erro imperdoável”? Ou “mandará auxilio às vitimas involuntárias da guerra”?

Nada servirá como pretexto para Obama. Os massacres são e serão componente inevitável da continuidade da guerra de ocupação do Afeganistão. Vitorioso dentro do Partido Democrata com uma plataforma em geral progressista, Obama passou a enfrentar o opositor republicano, que o acusava de “brando” e despreparado para assumir o que considerava os interesses dos EUA no mundo – sinônimo das “guerras infinitas” desatadas pelo governo Bush contra toda legalidade internacional. Para tentar se livrar dessa acusação, mantendo sua promessa de saída das tropas do Iraque, Obama montou a equação, segundo a qual os EUA deveriam tirar suas tropas do Iraque e transferi-las para o Afeganistão.

Estranho raciocínio. Que diferença pode ser feita entre os dois epicentros das “guerras infinitas”, salvo que no caso afegão, ainda sob o impacto dos atentados que sofreram, os EUA conseguiram o aval do Conselho de Segurança da ONU para a invasão. Mas trata-se de algo diferente, nos dois casos, de invasão e submissão de dois povos a tropas de países estrangeiros? Trata-se de governantes escolhidos livremente pelos povos dos dois países ou de autoridades de ocupação impostas, em ambos casos, pela força das armas? Se faltasse algum elemento de semelhança, este primeiro massacre do governo Obama veio para confirmar a absoluta similaridade dos dois casos.

O caráter de uma pessoa ou de um governo está dado sobretudo pelo seus atos. Conhecemos tantos casos de pessoas materialmente comprometidas com a tortura, que seguiram sendo bons pais de família. Pode-se considerá-los pessoas de bom caráter? As eventuais virtudes privadas podem perdoar os vícios públicos?

Para os que se deixam levar pelo sorriso cativante de Obama e pela elegância de Michelle, este primeiro massacre deve servir de teste do seu caráter, privado e publico. O governo Obama não será o mesmo depois de não poder deixar de encarar a brutalidade do que as tropas do seu país, sob seu comando, está fazendo, no Afeganistão e no Iraque. Nenhum governo é o mesmo, se passa a conviver como massacres como esse, pelo qual é diretamente responsável. Os parentes afegãos mortos, - mulheres, crianças, idosos, seus familiares, o povo afegão, - aguardam e merecem uma palavra de Obama, cujas mortes não remetem a quando era criança, mas a seu governo e à sua decisão de intensificar, em lugar, de terminar, com a brutal ocupação do Afeganistão.

Fonte: Agencia Carta Maior
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=304