sexta-feira, 31 de julho de 2009

Nota de Repúdio pela Publicação do guia Rio For Partiers

Nota de Repúdio pela Publicação do guia Rio For Partiers

Nós, mulheres representantes de diversos movimentos sociais, repudiamos a Editora Solcat Ltda pela publicação do guia "Rio for Partiers" e a decisão preliminar do juiz federal José Luis Castro Rodriguez, da 21ª Vara Federal, que negou o pedido da Embratur – encaminhado pela Advocacia Geral da União – para que esse guia fosse retirado de circulação. O guia estimula a prostituição classificando as mulheres cariocas em diferentes tipos e instruindo o leitor sobre como garantir relações sexuais com elas. Dentre os tipos classificados encontram-se mulheres que são consideradas "máquinas de sexo" e o guia explica como identificá-las.

O referido guia reduz as mulheres à mercadoria, um produto a ser comprado e usado por turistas em sua visita ao Rio de Janeiro. Na venda de sexo, o comprador, homem, se encontra numa posição de poder, na medida em que a mulher é considerada apenas um objeto, para a satisfação exclusiva do seu comprador. Nesta posição de submissão, essas mulheres são expostas a diversos atos de violência.

Sabemos que muitos países têm a prostituição como estratégia de desenvolvimento pelo alto lucro gerado. Repudiamos a existência do turismo sexual e consideramos vergonhosos países que estimulam este "turismo" onde se naturaliza a compra e venda de mulheres em prol do lucro de multinacionais, companhias aéreas, de turismo e até mesmo os governos.

Reconhecemos a postura da Embratur como correta e repudiamos a atitude machista da publicação e da permissão da circulação desse guia sexual que representa a mercantilização, exploração das mulheres e incentivo à submissão das relações humanas ao dinheiro. Nós mulheres organizadas lutamos diariamente contra a mercantilização de nossos corpos e nossas vidas. Reafirmamos: somos mulheres e não mercadoria!



Assinam:
AMAB - Associação de Mulheres de Búzios
AMB - Articulação de Mulheres Brasileiras
Bordadeiras da Coroa
CACES – Centro de Atividades Culturais, Econômicas e Sociais
CAMTRA - Casa da Mulher Trabalhadora
CEASM- Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré
CEDIM - Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Estado do RJ
CEDOICOM - Centro de Documentação e Informação Coisa de Mulher
Comissão Defesa Direitos da Mulher da ALERJ
Comissão de Gênero e Etnia do Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro - SINPRO-Rio
Confederação de Mulheres do Brasil - CMB
DCE PUC-Rio de Janeiro
Federação de Mulheres Fluminenses - FMF
FENAS - Federação Nacional dos Assistentes Sociais
Forum de Juventudes do Rio de Janeiro
Forum Feminista do Rio de Janeiro
Forum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis
Grupo Tortura Nunca Mais/RJ
Instituto Eqüit
Instituto Imagem Cidadania
Instituto Vivendo-Gerus
Juventude do PT-RJ
Marcha Mundial das Mulheres
Movimento de Mulheres de Cabo Frio
Mulheres do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - MTL
Museu da Maré
NEPS-Maré - Núcleo de Estudos e Pesquisação Social da Maré
OAB Mulher/RJ
ONG Laboratório Cultural
PVNC - Pré-Vestibular para Negros e Carentes
Rede Maré Jovem
Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
Redeh - Rede de Desenvolvimento Humano
SASERJ – Sindicato dos Assistentes Sociais
Secretaria da Igualdade Racial CUT-RJ
Secretaria da Mulher Trabalhadora CUT-RJ
Secretaria de Mulheres do PCdoB
Secretaria de Mulheres do PT-RJ
Setorial Estadual de Mulheres do PSOL
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais – Sisejufe-RJ
Sindicato dos Advogados
UBM - União Brasileira de Mulheres
UEE - União Estadual dos Estudantes
UNE - União Nacional dos Estudantes

quinta-feira, 30 de julho de 2009

FSM 2010

FSM 10 Anos
Plenária Geral - 30 de julho de 2009
às 19h na Unina do Gasômetro
Porto Alegre/RS


Datas Confirmadas:

1. Acampamento Intercontinental de Juventude: 18 a 28 de janeiro – Novo Hamburgo/RS;
2. 1º Fórum Mundial de Economia Solidária e 1ª Feira Mundial de Economia Solidária – Santa Maria/RS-Brasil; - 22, 23 e 24 janeiro de 2010
3. Fórum Social Mundial – Grande Porto Alegre/RS - 25 a 29 de janeiro;
4. Fórum Social Mundial – BA - 29, 30 e 31 janeiro;

agende-se também: primeira reunião de organização do I FÓRUM MUNDIAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA e I FEIRA MUNDIAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA, que se realizará na seguinte data e local:

Data da reunião: 17 e 18 de Agosto de 2009
Credenciamento: Dia 17/08 às 08h30
Horários: 9:00 hs. ás 18:00 hs
Local: INSTITUTO SÃO JOSÉ
End: Rua: Aron Fischmann s/ n – Parque Dom Antonio Reis
Cep: 97 001 970 – Santa Maria/RS – Brasil
Fone/ Fax: 55 3211 4141/ 3211 2125 / 55 – 8111-2139 (Sra. Alci)
E-mail: eventos@institutosaojose.com.br

Por uma Orla PÚBLICA, para todas!

Sábado, 1º de agosto, será dia de mostrarmos nossa primeira mobilização pública relacionada ao voto NÃO na "consulta" do Pontal do Estaleiro!

A Casa de Cinema de Porto Alegre, que está conosco na DEFESA DA ORLA DO RIO GUAÍBA, fará uma filmagem na Usina do Gasômetro, as 15hs.

PARTICIPEM e levem mais pessoas!

MULHERES EM MOVIMENTO MUDAM O MUNDO
MARCHAMOS ATÉ QUE TODAS SEJAM LIVRES!!!!

MMM em Honduras: ações urgentes


Companheiras,

Apesar da condenação internacional, os golpistas em Honduras liderados por Roberto Micheletti, aumentam a repressão contra manifestantes pacíficos que exigem o retorno da democracia e do presidente eleito pelo povo, Manuel Zelaya.

Uma missão internacional de movimentos sociais e ONGs de todo o mundo está em Honduras acompanhando a resistência à ditadura. Nós da Marcha Mundial das Mulheres enviamos duas delegadas para a missão, Bernadete Monteiro, de Minas Gerais, Brasil, e Martha Figueroa, do México, que acabaram de chegar. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também enviou o João Batista Gomes.

É importante que atuemos junto a nossos contatos com a imprensa em cada estado para pautar esse tema na mídia. Liguem para TVs, rádios e jornais, informem que há brasileiras/os lá na missão e que podem dar entrevistas diretamente de lá.

Em Mossoró a MMM já conseguiu cavar um espaço na TV local, podemos conseguir em outros estados também. A Folha de S. Paulo hoje deu pequena entrevista com João Batista, da CUT (ver mais abaixo).

Os telefones de contato da missão seguem abaixo:
(+504 – 898 52 607) – (+504 – 964 23 566) – (+504 – 965 93 265) – (+504 – 965 91 621).

Hoje, 31 de julho, a Bernadete pode ser encontrada no celular do Tom Kurchaz, organizador da missão: +504 8985 2607. O clima é pesado e ela estará participando de uma manifestação com os demais integrantes da missão que começa por volta das 15h do Brasil (12h lá em Honduras, são -3 horas). É importante o monitoramento internacional do que está acontecendo.

Aqui no Brasil, também podem ser entrevistadas as seguintes pessoas: *Miriam Nobre, coordenadora do Secretariado Internacional da Marcha Mundial das Mulheres: (11) 3032 3243 // (11) 9152-2740 *Iván González, coordenador político da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas - (11) 8312-5888

Por favor, comuniquem ao Secretariado Internacional da MMM todas as iniciativas de comunicação e ação que estejam fazendo ou que saiam na mídia de suas cidades. Enviem a informação para a Alessandra Ceregatti – Alessandra@marchemondiale.org ou tels. (11) 3032-3243 ou (11) 8111-0529.

Mais detalhes que sejam necessários, liguem!
Em solidariedade e luta!

Marcha Mundial das Mulheres – Brasil

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Plenaria Estadual da MMM RS



PROGRAMAÇÃO

9h - recepção às companheiras
9:30 - mística - quem somos nós (feito pelas gurias do GHC)
10h - Grupos para apresentação / relato dos municípios
- o que foi feito este ano
- temas onde a MMM esteve presente
11h - Apresentação dos Grupos
11:45h Agosto da Visibilidade Lésbica
12h – 13h Almoço
13:30h - Ação 2010
Apresentação da proposta para 2010
Divisão em Grupos para debate dos eixos:
- Bem comum
- Paz e desmilitarização
- Trabalho das mulheres
- Violência contra as mulheres
(Propostas para Finanças, infra RS e GT de organização\mobilização)
15h - Apresentação dos Grupos
16:30 Intervalo\lanche
17h – Preparando nossa Ação feminista
18h - encerramento

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Manifesto Pan-Amazônico: Documento Final do Encontro realizado em Belém, entre 14 e 17 de julho de 2009.


(Ciranda.net) Somos os povos das florestas, dos lavrados, dos rios, das cidades, dos quilombos, das comunidades indígenas e camponesas e de organizações sociais do Brasil, Peru, Equador, Bolívia, Colombia,Venezuela, Guiana , Suriname e Guiana Francesa. Somos a força viva da Pan-Amazonia. Somos muitas vozes falando centenas de idiomas, fazendo o mesmo chamado: é preciso deter a máquina que empurra o planeta e a humanidade para o abismo. Dar fim ao sistema capitalista que transforma a natureza e as pessoas em mercadoria e sobrevive às custas da exploração e humilhação de bilhões de seres humanos. Dizemos que é tempo de libertar o trabalho e a imaginação para reinventar a Terra e fazer dela a casa comum onde todos vivam com justiça e liberdade.(.............)
Leia mais: http://www.brasilautogestionario.org/2009/07/manifesto-pan-amazonico-documento-final-do-encontro-realizado-em-belem-entre-14-e-17-de-julho-de-2009/

Fora Yeda !!!



Gente, não poderia deixar de comentar o que venho percebendo há tempo, e geralmente quando as coisas vão mal ou são negligenciadas é que se comenta. Dessa vez esta sendo merecido que se faça o contrário.
Não posso deixar de comentar e passar batido do esforço coletivo dos movimentos sociais perante todas as manifestações de Fora Yeda. A foto da Yeda segurando cartazes mal escritos na correria em frente a sua casa, chamando professores de torturadores, foi muito simbólico e mostra que realmente estamos atingindo nosso alvo.
Qualquer palavra contrária a isso fica insustentável. Qualquer pessoa que se compadeça com a Governadora, ecoa uma voz perdida, e sem argumento.
Tenho acompanhado o árduo trabalho de protesto que o CPERS vem travando junto com os movimentos sociais em geral, e fica aqui registrada uma pública admiração pela representante dessa categoria, a Rejane Oliveira. Já estava convencida de que os trabalhos vinham sendo muito bem conduzidos, mas tantas efervescências me fizeram escrever isso, para dizer da confiança que passa saber que temos alguém como essa grande mulher lá na frente de batalha. Aliás, literalmente isso que mostra a foto da manifestação de hoje, ela sendo empurrada com mais outras pessoas pela escolta da Brigada Militar.
Essa luta é de todos nós, e não vingaria se não fosse o esforço conjunto de tantas pessoas em um propósito em comum.
Um abraço a tod@s, e uma boa luta.
Ingrid Wink
Gravataí-RS.

veja mais: http://www.aldeia-gaulesa.blogspot.com/

Polícia para quem precisa…


E quem disse que ninguém vai preso no Estado que está mergulhado em denúncia de corrupção? Na manha desta quinta, a Brigada Militar prendeu, entre outras pessoas, a presidente do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul, Rejane de Oliveira, e o fotógrafo Caco Argemi, que cobria a manifestação de protesto em frente à casa da governadora. Foram acusados de desacato à autoridade. Autoridade esta que está sempre pronta a reprimir manifestações populares, a colocar agricultores sem terra de joelhos e revistar seus perigosos barracos de lona. Cabe lembrar: a Operação Rodin apontou um roubo no Detran de mais de R$ 40 milhões. Quando ocorreram prisões, ecoaram na mídia vozes protestando contra o uso de algemas em homens de bem. Afinal de contas, a polícia não está aí para algemar gente de bem…

Fotos: Roberto Vinicius/Agência Free Lancer
http://rsurgente.opsblog.org/

veja mais noticias:
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3876145-EI7896,00-Durante+protesto+Yeda+chama+professores+de+torturadores.html

domingo, 12 de julho de 2009

A face oculta da celulose


Lavoura seca – A face oculta da Celulose

TEXTO E FOTOS EDUARDO SEIDL *


As empresas de celulose chegaram ao Rio Grande do Sul no início da década como a solução para a pobreza da Região Sul do estado. Com promessas de geração de emprego, desenvolvimento, enriquecimento para todos e apoio governamental irrestrito, as lavouras de madeira cresceram com a mesma rapidez e irresponsabilidade das licenças ambientais.

Patrocinando quantidade de meios de comunicação, as empresas de celulose blindaram pautas positivas. A estratégia estava bem armada até serem surpreendidas pela quebra do jogo econômico no qual se sustentavam.

As experiências do vizinho Uruguai não serviram de exemplo. A paisagem do pampa e as práticas econômicas mudaram. Produtores rurais trocaram rebanhos e lavouras de alimento pelas fileiras de árvores exóticas. O arrependimento atinge boa parte dessa população. As perdas pós-crise comprometem metas de produção e preços da matéria-prima para celulose. A biodiversidade já está ameaçada. Em alguns lugares do estado, areais se multiplicam. A desertificação do pampa já está em processo. O que fazer com hectares de tocos de eucalipto em terras secas? A retomada das tradicionais produções não receberá os subsídios e incentivos que teve o plantio de eucaliptos.

Com exceção das mulheres da Via Campesina, que nos últimos três anos, no Dia da Mulher, passam cercas e promovem derrubadas para chamar a atenção da sociedade, pouco se fala das consequências desta cultura. A intensidade da afiada seca pode não ser só resultado da falta de chuvas. A proliferação de tantas gripes e febres pode não ser só culpa do porco.


* EDUARDO SEIDL É FOTÓGRAFO DO CORREIO DO POVO E FAZ UM TRABALHO DE DOCUMENTÁRIO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS.

sábado, 11 de julho de 2009

musicaparabaixar.org.br

Início positivo para o MPB, para o futuro da música, com muitos desafios à frente.
Publicado por Everton Rodrigues


Após realizarmos o 1º fórum do movimento Música Para Baixar, faz-se necessária uma reflexão sobre os avanços, e também um dimensionamento dos desafios que se apresentam a partir do instante em que decidimos nos envolver com outras pessoas para debater e agir na melhoria da cadeia produtiva da música.

Antes de tudo, é preciso referir que mobilizar pessoas que vivem da música é uma tarefa um tanto complexa. Isso porque, historicamente, a indústria cultural, da qual a maioria dos músicos faz parte, desenvolveu uma concepção de que: “quem vive da música não é uma pessoa qualquer”.

A pessoa que vive da música não tem sequer um valor por sua hora de trabalho, como qualquer outra pessoa que trabalhe em qualquer outra área. Dessa forma, a grande maioria que entrou para o ramo da música sonha com fama, muito dinheiro, luxo e que encontrará todas as portas abertas por onde passe.

Claro que ficar rico com a música é possível. Mas é possível para poucos que estão alinhados com as margens de lucro da indústria cultural, organizada majoritariamente pelos monopólios dos veículos de comunicação, pelas gravadoras, editoras e sociedades arrecadadoras. Quem não estiver nesse esquema do jabá está fora, e sua obra não poderá circular. Claro que defendo que as pessoas possam viver muito bem da música, e isso é o mínimo.

Entretanto, toda essa forma com que a indústria cultural vem trabalhando está em profunda crise, reflexo também da crise mundial pela qual passamos. Ou seja, tudo que as pessoas produzem tem um único objetivo: transformar-se em mercadoria para ser vendida, e, em última instância, produzir lucro.

O MPB já nasce em um momento especial, em uma conjuntura interessante. Um ano em que irão acontecer boas “coisas” para a música e de preparação para muitas outras novidades.

O ano de 2009 nos chama à reflexão sobre a música. É o ano de aniversário de 40 anos de Woodstock (aconteceu de 15 a 18 de agosto de 1969), É o ano de aniversário de 10 anos do Fórum Internacional de Software Livre onde nasceu o movimento Música Para Baixar. É o ano da conquista da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (http://www.proconferencia.com.br/). É o ano onde nasce o movimento de articulação em defesa da 1ª Conferência Nacional da Música.

É o ano em que a mãe Jammie Thomas Rasset, de 32 anos e quatro filhos, foi condenada pelo tribunal americano a pagar US$ 1,9 milhão por baixar 24 músicas na Internet. É o ano em que o Parlamento Federal Brasileiro quer punir, com até três anos de prisão, quem baixar música. É o ano de preparação da 2ª Conferência Nacional de Cultura que acontecerá em março de 2010. É o ano de preparação aos 10 anos do Fórum Social Mundial. É o ano da maior crise mundial econômica e da indústria cultural.

Esse é o ano do nascimento do movimento Música Para Baixar (MPB). Sim! Queremos provocar e fazer um trocadilho com a antiga MPB cujo modelo beneficia apenas algumas pessoas, e nós queremos mudar isso.

Em seis meses de vida, o movimento MPB está crescendo muito porque se propõe como espaço não somente para especialistas da música, mas para quem cria, produz e usa todos os gêneros da música. Ou seja, é um movimento amplo e que, por essência, não discrimina nenhum agente da música, e defende conviver como diferentes idéias desde que pretenda realmente construir uma nova relação de trabalho que seja mais justa para todas as partes envolvidas.

Após o encontro em Porto Alegre, lançamos o manifesto do movimento Música Para Baixar, e, em 8 dias, alcançamos mais de 800 assinaturas. Dentro dessas adesões, temos o cantor e compositor Leoni (http://www.leoni.art.br/ e http://musicaliquida.blogspot.com) que é uns dos principais articuladores do movimento. Também outros artistas importantes como Zélia Duncan (www.zeliaduncan.com.br), Ritchie (www.ritchie.com.br), Roger Rocha Moreira da banda Ultraje a rigor (http://www.ultraje.com), Trupe o Teatro Mágico (http://www.oteatromagico.mus.br/novo/), Banda Bataclã FC (www.bataclafc.com.br), Banda Sol na Garganta do Futuro (http://www.solnagargantadofuturo.com.br/), Fernando Rosa (http://www.senhorf.com.br), Banda Coyote Guará (www.coyoteguara.com.br), Nei Lisboa (http://www.neilisboa.com.br/), Moysés Lopes das bandas Camerata Brasileira e Sombrero Luminoso (www.moyseslopes.mus.br), Juca Culatra da banda Juca Culatra e Power Trio (http://www.myspace.com/jucaculatrapowertrio) e Eduardo Ferreira da banda Osviralata e colaborador do OverMundo, Marcelo Branco coordenador da Associação Software Livre.org (www.softwarelivre.org), Ellen Oléria, Cantora e Compositora (http://sapatariadf.wordpress.com/), Kaline Lima, Rapper, Banda Nuvens (http://www.nuvens.net/), GOG, Rapper e Poeta (http://gograpnacional.com.br/), Casarão cultural (http://grioproducoes.blogspot.com/), Pedro Jatobá (Diretor de Ações Culturais do Instituto Intercidadania (http://www.intercidadania.org.br/), Sergio Amadeu da Silveira, sociólogo e ativista do software livre (http://samadeu.blogspot.com/), , Cabeto Rocker – Pas.colato-Músico/Produtor Cultural, Mateus Zimmermann, Jornalista, designer editorial e fotógrafo (www.mateus.jor.br), Sociedade de Usuários da Tecnologia Java – SouJava (http://www.soujava.org.br), Richard Serraria, Compositor, músico, poeta e ativista (http://vilabrasilcodigolivre.blogspot.com/), Pontão de Cultura Digital Ganesha (www.projetoganesha.org.br) e tantas outras bandas e artivistas que estão se articulando no MPB.

Com a idéia de regionalizar, saímos de Porto Alegre com o objetivo de articular debates sobre música para baixar na Feira da Música de Fortaleza (http://www.feiramusica.com.br/), que acontecerá de 19 a 22 de agosto. Além disso, iremos articular debates com esses temas na feira da música que acontecerá entre novembro e dezembro desse ano no RS, e também queremos debater o tema na feira Música Brasil no final do ano. Estamos ainda planejando um seminário nacional do MPB para debater o direito autoral, e diversos outros debates pelo Brasil. Além disso, o MPB está se somando ao movimento pró-conferência nacional da música. Iremos nos articular para participar de todas as etapas da Conferência Nacional de Comunicação e das etapas da conferência nacional de cultura.

Em Cuiabá (MT), artistas locais irão lançar o MPB durante o REMECÂNICA DA PALAVRA, que acontecerá no dia 13 de agosto. No dia 26 de agosto, em Vitória (ES), na Conferencia Regional de Comunicação, o MPB estará representado para o debate produção cultural e comunicação. Nos dias 19 e 20 de setembro, teremos debate em Florianópolis articulado pelo Pontão de cultura Ganesha. Ainda estamos planejando o 1º Festival de Música Para Baixar.

Além disso, estamos firmes em combater “qualquer atitude repressiva de controle da Internet e as ameaças contra as liberdades civis que impedem inovações. A rede é a única ferramenta disponível que realmente possibilita a democratização do acesso à comunicação e ao conhecimento, elementos indispensáveis à diversidade de pensamento”, como está em nosso manifesto.

Muito importante é poder ler no manifesto MPB: “Novos tempos necessitam de novos valores. Temas como economia solidária, flexibilização do direito autoral, software livre, cultura digital, comunicação comunitária e colaborativa são aspectos fundamentais para a criação de possibilidades de uma nova realidade a quem cria, produz e usa música”, e isso é fundamental para o movimento.

Entretanto, sentimos dificuldades de mobilizar as pessoas para os nossos debates, pois entendemos que isso é fruto de uma sociedade hegemonizada pela idéia do espetáculo, onde se cria a consciência de que os artistas são integrantes de uma classe superior com direitos especiais. Diante disso, é possível dizer que o movimento entende que a arte não deve ser tratada como se fosse semente transgênica, passível de ser propriedade de alguns, e que provoca danos ao ambiente planetário.

Estamos ainda no início do processo, e temos muito trabalho pela frente. È como o Leoni defende: “o artista de hoje tem toda a liberdade do mundo, mas, em contrapartida, muito trabalho. Os artistas não podem mais ser crianças mimadas, devem, sim, partir para cuidar dos seus negócios de fato”.

Essa idéia é fundamental e vai de encontro com algo que os artistas ainda não sabem fazer: a autogestão da suas obras. Está aí mais uma questão. É preciso que artistas façam a gestão das suas obras sem trabalhar de forma alienada, onde sempre alguém precisa resolver tudo no processo de gravação, shows e distribuição das suas músicas.

Sim, um outro mundo é possível para todas as pessoas e para quem vive da música também. Para mudar nossa realidade é preciso de protagonismo, de atitudes sem medos. Por isso, é importante agir, seja escrevendo, articulando, cantando, gritando e assinando o manifesto Música Para Baixar. Assine e mobilize outras pessoas para assinar.
Acesse aqui e assine: http://musicaparabaixar.org.br/?page_id=9

Blog Brasil Autogestionário
www.brasilautogestionario.org

quarta-feira, 8 de julho de 2009

FEIRA DO COOPERTIVISMO DE SANTA MARIA



O cancelamento da 16ª FEICOOP precisa ser explicado para todo Brasil e América Latina.

Aos Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Solidária, amigos e amigas construtores e construtoras de uma Outra Economia.

Todos os anos em Santa Maria, no centro do Rio Grande do Sul/Brasil, uma série de atividades são “o motivo” para muitos e muitas se encontrarem. Milhares de homens e mulheres que constroem suas vidas públicas e privadas emancipando-se das amarras do capital.

Sempre no mês de julho partem para Santa Maria/RS, uma migração de gentes de vários locais do mundo, que chegam para trocar, experimentar, dividir o seu trabalho, conhecimento e alegria. Sonhadores(as) e realizadores(as) de uma prática de sociedade autogestionária, mais justa e sustentável para todos e todas.

Acompanhamos à distância nesse julho a luta para manter as atividades que estão simbolizadas na 16ª FEICOOP – Feira Estadual do Cooperativismo, em especial a luta da Irmã Lourdes Dill, da Mitra Diocesana de Santa Maria, coordenadora do Projeto Esperança Cooesperança. Uma gigante e incansável construtora da Economia Solidária brasileira.

Divulgamos aqui todos os informes e notícias que chegavam, notícias para as gentes que estavam e estão ainda a caminho. Caravanas, grupos, muitas sós, mas com pensamentos coletivos. Mas isso tudo não bastou.

Arbitrariedade, limitação e despreparo poderiam ser as únicas explicações “possíveis” para se entender a Ordem Judicial de Ação Cautelar recebida e aceita pelo judiciário local, que “ordenou” o cancelamento de todas as atividades previstas para 10, 11 e 12 de julho em Santa Maria/RS. Como já bem disse o “próprio judiciário”, este deveria sair mais as ruas para procurar entender as dinâmicas sociais, ou será que entende?

No dia de hoje, grandes jornais nacionais estão noticiando o cancelamento da FEICOOP, mas persiste a curiosidade, quantos eventos do Agronegócio, das Associações Empresariais e Banqueiros foram cancelados até agora? Por certo a EXPOINTER 2009 deverá ficar somente para 2010.

A motivação por medo de surto de Gripe A em Santa Maria, segue orientação da Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, nosso estado é o segundo(2º) ente da federação com maior número de casos de gripe A no país, ficando atrás apenas de São Paulo. Ambos por sinal governados pela mesma coligação.

O medo de um surto de gripe A em Santa Maria, demonstra a incapacidade que tem-se de lidar com o “ terror” midiático feito pelos grandes meios de comunicação, que proclamam um surto mundial de saúde em andamento, sendo que a gripe A é uma das gripes menos letais que existem. A grande mídia sempre opta pelo lucrativo pânico e sensacionalismo.

A condição de 2º colocado em casos de gripe A no país, demonstra igualmente uma incapacidade e insegurança do poder público estadual de lidar racionalmente com suas obrigações. Ressaltamos igualmente, que o mesmo estado que bem posiciona-se em número de casos da gripe A, desmontou suas políticas públicas de Economia Solidária.

Hoje, no governo Yeda Crusius(PSDB), a Economia Solidária está sem nenhuma política pública, relegada a uma mesa e cadeira da “Secretaria de Justiça” do Estado.

A Prefeitura de Santa Maria sempre foi uma grande apoiadora da FEICOOP em outras edições, a atual gestão do paço municipal perdeu a chance de posicionar-se com mais decisão no caso. As políticas públicas de saúde são prerrogativas do município, ao assumir o medo de um possível surto, a mesma demonstrou-se despreparada e incapaz.

Novamente a história se repete, pagando por ela mais uma vez os trabalhadores e as trabalhadoras. O cancelamento da FEICOOP precisa ser explicado para todo Brasil e América Latina por aqueles(as) que a cancelaram.

Hoje recebemos no Brasil Autogestionário uma pergunta – “Será que há algum interesse inconfesso nestas iniciativas?”

O Brasil Autogestionário através dessa carta, torna público todo nosso apoio a FEICOOP e ao Projeto Esperança Cooesperança, bem como, nosso carinho e estímulo a aqueles(as) que estão ainda em viagem.

Coletivo Brasil Autogestionário (Julho de 2009)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Reunião da Marcha PoA e Metropolitana


Gurias da Marcha de Porto Alegre e Metropolitana

Estamos confirmando a reunião da MMM, em Porto Alegre, com a presença da companheira Tica Moreno.Pauta:
- informes do FSM, Feira de Santa Maria e agosto da visibilidade lésbica
- organização da nossa plenária do dia 25 de julho
- agendas pelo interior que já estão marcadas e temos que acompanhar (Poa, Santa Maria, Montenegro e Salvador das Missões).

Data: dia 8 de julho (qua)
Hora: 18 horas
local: Sala Salzano Vieira da Cunha - Assembléia Legislativa

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O presidente Zelaya estava dando participação real ao povo


por Michelle Amaral da Silva última modificação 03/07/2009 11:26
Em entrevista para o Brasil de Fato, Wendy Cruz, da Via Campesina em Honduras, o presidente, Manuel Zelaya, aspirava abrir uma brecha para que povo conquiste sua emancipação

1º/07/2009 - Igor Ojeda -
da Redação
Leia mais:


Comunidade internacional repudia golpe em Honduras
“O povo hondurenho está saindo massivamente às ruas contra o golpe”
Ministro confirma regresso de presidente Zelaya a Honduras na próxima quinta-feira
Povo hondurenho esperará nas ruas ao presidente Zelaya
Total isolamento internacional a golpistas em Honduras
Golpistas endurecem e suspendem direitos individuais, Zelaya suspende retorno


Para Wendy Cruz, da Via Campesina em Honduras, o presidente do país, Manuel Zelaya, deposto por meio de golpe de Estado no dia 28, queria “abrir uma brecha para que o povo conquiste sua emancipação” ao propor uma consulta sobre uma Assembleia Constituinte. Em entrevista ao Brasil de Fato por correio eletrônico, esse foi o motivo da reação dos “grupos de poder econômico do país, monopolizado por 13 famílias”.

Zelaya propunha para o mesmo dia 28 uma enquete sobre a quarta urna: ou seja, nas eleições gerais de novembro, em que a população escolheria um novo presidente, deputados e autoridades locais, seria adicionada (caso no dia 28 o povo assim o determinasse) uma consulta sobre a convocação ou não de uma Assembleia Constituinte. Leia, a seguir, a entrevista com a integrante da Via Campesina:

Por que tiraram o presidente Manuel Zelaya da presidência de Honduras?

Porque ele decidiu consultar o povo hondurenho se se instalava uma quarta urna nas eleições do próximo novembro. Os grupos de poder deste país deram um golpe de Estado porque o presidente estava dando participação real ao povo.

Quem são os protagonistas do golpe?

Os grupos de poder econômico do país, monopolizado por 13 famílias, como por exemplo os Kafati, Ferrari, Facuse, Villedas, Larach, Rosental, entre outros. Esse grupo de poder mantém sequestradas todas as instituições do Estado e, inclusive, têm a suas ordens a Corte Suprema de Justiça e o Congresso Nacional da República. Para que você veja como isso se evidencia, há uma hora [cerca de 14hs de Brasília], a Justiça emitiu 25 ordens de captura e ajuizamento paraos principais líderes populares, entre eles, Rafael Alegría, Carlos H. Reyes, Berta Oliva, Juan Barahona e Andrés Pavón. Invocamos ao Dr. Ramón Custodio, da Comissão de Direitos Humanos, que, em vez dele estar defendendo ao golpista Roberto Micheletti Bain deveria estar junto com o povo hondurenho, e que exigimos que nossa democracia não seja violada.

Pode-se dizer que a justiça hondurenha ajudou a fomentar o golpe? Por quê?

Sim, eles tentaram parar a enquete com ordens judiciais da Corte Suprema de Justiça e por meio de recursos de amparo do Ministério Público pedindo sua nulidade. Ordens que nosso presidente não tinha que acatar, já que a enquete é legal, no marco da nossa Lei de Participação Cidadã.

Como se explica o fato de que inclusive membros do partido do presidente tenham apoiado o golpe?

Porque o Partido Liberal está dividido por vários grupos, e os que se opõem são os que formam os grupos de poder, como Roberto Micheletti e Elvin Santos, atual candidato [à presidência pelo Partido Liberal nas eleições de novembro].

A maioria das forças sociais do país está com Zelaya? Por quê?

Todos os movimentos sociais estamos apoiando o presidente Zelaya não porque sejamos de seu partido, mas sim porque acreditamos que devemos derrotar esse modelo econômico neoliberal que não permite aos povos a liberdade de decidir suas próprias políticas de desenvolvimento. Se não pusermos em marcha transformações sociais, isso é impossível de se conseguir. E nosso presidente quis abrir essa brecha para que o povo conquiste sua emancipação.

Que medidas ele vinha tomando no governo?

Não continuar a privatizar os recursos do Estado hondurenho, por exemplo: a Empresa de Energia Elétrica (ENEE), o sistema portuário, o sistema de saúde, entre outros.

Como está a situação hoje em Honduras? Há repressão?

A situação é crítica, estamos vivendo em uma constante intranquilidade de repressão, de toques de recolher, a não permissão de livre trânsito às pessoas que vêm da área rural, a livre expressão. Na manifestação de ontem [29 de junho], em que estavam mais de 50 mil pessoas, nos reprimiram para nos tirar a força de lá, e, para isso, jogaram bombas de gás lacrimogênio, ferindo a mais de 50 pessoas, algumas com armas de brinquedo.

Por que a convocação de uma Assembléia Constituinte é uma demanda histórica dos movimentos sociais?

Porque os grupos de poder vêm submetendo o país a 100 anos de bipartidismo e manipulando a “democracia” a seu favor. Assim, parece que é uma questão de herança ser deputado/a, ocupar qualquer cargo no Estado hondurenho. Convencidos que esta “democracia” é uma falácia dirigida pelos grupos de poder econômico do país, os movimentos sociais exigimos que se faça uma nova Constituição da República, onde todos os setores da sociedade hondurenha possamos estar representados em forma real.

Quais seriam as bases de uma nova Constituição, e por que os protagonistas do golpe a temeriam?

Que fosse elaborada a partir dos diferentes setores da sociedade hondurenha, que por sua vez estivesse representada por camponeses, indígenas, negros, jovens, mulheres, sindicalistas, operários, empresários, entre outros grupos. Os protagonistas do golpe temem porque sabem que o povo hondurenho não está disposto a continuar sob o jugo da oligarquia hondurenha. Pode nos ter marginalizados por um tempo, mas agora exigimos que queremos ser consultados sobre tudo que seja transcendente neste país. Esse grupo golpista vêm, durante muitos anos, através do Congresso Nacional, mantendo seu status quo, e hoje vêem um perigo eminente.

Vocês acreditam que houve participação dos EUA no golpe?

Realmente não sabemos com exatidão, embora eles venham sim empurrando aos hondurenhos esse golpe fatal.

O que você pensa das declarações de Barack Obama sobre o golpe?

Foi importante ao dizer que só reconhece Manuel Zelaya como presidente, mas ainda continuamos preocupados pela posição dos EUA, porque Hillary Clinton [a secretária de Estado estadunidense] disse que não queria opinar sobre o golpe de Estado em Honduras porque não estava segura se foi um golpe de Estado. Isso significa que há desacordos entre eles.

O que vocês esperam que ocorra a partir de agora?


Continuamos com a esperança de restabelecer nossa ordem constitucional com a chegada do senhor presidente da ONU e de nosso presidente Zelaya, mas enquanto isso estamos resistindo porque esse grupo de poder é capaz de tudo. Alertamos a todos os movimentos sociais do mundo a continuar a se solidarizarem com o povo hondurenho, porque, do contrário, esses golpistas seguirão com seu plano.

Fonte: Brasil de Fato