domingo, 27 de setembro de 2009

Setembro foi de luta para as mulheres

Por Alessandra Terribili*

Não é porque o mês de setembro acabou há alguns dias que se torna sem razão falar sobre as lutas e vitórias das mulheres que marcaram o mês.

O mês de setembro marcou uma importante vitória das mulheres petistas. Na reunião do Diretório Nacional (DN) dos dias17 e 18, a comissão de ética do partido apresentou seu parecer sobre o processo movido pela Secretaria Nacional de Mulheres contra os deputados federais Henrique Afonso (AC) e Luís Bassuma (BA).

As mulheres petistas, com base nos estatutos do partido e nas resoluções do seu III Congresso – entre as quais a que define pela defesa da descriminalização do aborto e a sua regulamentação no serviço público de saúde –, argumentaram que os dois parlamentares não apenas não seguem a opinião partidária como organizam opinião contrária a ela. Essa postura fica evidente em declarações de ambos à imprensa, sua participação em ações públicas contra a legalização do aborto e em inúmeros projetos de lei apresentados por eles. Bassuma chega ao ponto de presidir a “Frente Nacional Em Defesa da Vida”, espaço em que se organizam aqueles que buscam restringir ainda mais a autonomia das mulheres e seu direito ao seu próprio corpo.

O resultado da reunião foi punição. Noventa dias de suspensão para Afonso, um ano para Bassuma. Trata-se de uma ocasião significativa, em que o partido, mais uma vez, tomou para si a luta das feministas brasileiras, em defesa da vida, da saúde, da autonomia daquelas que são criminalizadas por interromper uma gravidez indesejada. Mais do que se solidarizar com as mulheres, o PT reafirmou que essas que o constroem há quase 30 anos fazem parte da sua história, da sua compreensão do mundo e da sua elaboração programática. Não é uma luta das mulheres petistas. É uma luta de todo o PT.

Henrique Afonso e Luís Bassuma se desfiliaram do partido dias depois. Classificaram a resolução do DN como “intolerância religiosa”. Ora, essa foi exatamente a prática de ambos. Intolerância com aquelas que não têm a mesma crença que eles, e têm direito de dispor livremente sobre seu corpo, de decidir livremente se querem ser mães e quando, e de ter fé ou não nos princípios religiosos que quiserem. Intolerância com as milhares de mulheres que dão entrada nos hospitais públicos brasileiros depois de tentar praticar um aborto inseguro, sem as adequadas condições, por sua própria conta. Essas são condenadas: a serem presas, a sofrerem seqüelas e até a morrer, em alguns casos.

E tudo isso no mês de setembro. No mês em que, dia 28, as mulheres da América Latina e do Caribe celebram sua luta pela legalização do aborto. Além dos atos que coloriram ruas e praças de todo o país, o 28 de setembro de 2009 foi coroado com a refirmação, por parte do Partido dos Trabalhadores, do seu compromisso com a luta das mulheres. Que esse compromisso siga orientando nosso discurso, nossa ação e nosso programa para o Brasil.

*Alessandra Terribili, integrante da Secretaria Nacional de Mulheres do PT e militante da Marcha Mundial das Mulheres.

domingo, 20 de setembro de 2009

Dia internacional de luta contra as monoculturas de árvores.



O vídeo com os testemunhos, do Seminário Mulheres em Luta por Soberania Alimentar e Energética de agosto de 2008 está com uma versão em baixa resolução disponível nos links:

http://www.youtube.com/watch?v=J8L-ig5lfkU – parte 1

http://www.youtube.com/watch?v=d2QGvftfnwQ – parte 2



O FUTURO DOS ALIMENTOS

Veja em http://sustentabilidadesemapi.blogspot.com/


o vídeo "O Futuro dos Alimentos" que ... oferece uma investigação aprofundada à verdade perturbadora que se encontra por detrás dos alimentos geneticamente modificados, patenteados e não rotulados, que, de forma silenciosa têm enchido as prateleiras das lojas dos Estados Unidos durante os últimos 10 anos...

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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

E eu pergunto com que roupa...

Um senhor chamado Nelcir Tessaro, vereador do PTB em Porto Alegre, resolveu propor à Câmara de Vereadores da cidade que defina de que forma os parlamentares devem se vestir para comparecer às sessões. Mais do que uma idéia brilhante produto de dias e até meses de reflexão, mais do que uma incomum generalidade, o vereador tem dois alvos: suas colegas Sofia Cavedon (PT) e Fernanda Melchionna (PSOL).

Ao que tudo indica, ele se incomoda que as mulheres não se vistam em trajes “formais”, em tailleur, de salto alto, vestido longo. Ele se incomoda profundamente com a pouca formalidade que percebe nas vestimentas das duas vereadoras. Ele se incomoda especialmente com camisetas que trazem dizeres políticos.

Ora, vejamos. Proibir dizeres políticos em camisetas de pessoas que são pagas exatamente pra fazer política é meio estranho. O que se espera de um parlamentar é que tenha posição e que a defenda. Que a exponha. Eu, particularmente, gosto de quem expõe sua opinião na simplicidade enfática de uma camiseta.

Porque qualquer pessoa pode usar uma camiseta para exibir o que pensa sobre algum assunto. Não é privilégio de quem detém um mandato, ou conta com microfones e holofotes para poder falar. Um parlamentar – ou no caso, UMA parlamentar – que usa esse meio para explicitar a opinião que está representando, pra mim, demonstra sua sintonia com a idéia em questão e com aqueles e aquelas que lhe delegaram o mandato.

Outra nuance da discussão é aquela clássica: o machismo que continua orientando algumas ações e discursos no parlamento. Lastimável que venha um cidadão querer definir como as mulheres devem se vestir, se comportar, falar, se expressar para serem respeitadas na política. Isso não tem outro nome, se não machismo.

Juntando as duas coisas, é como no título do artigo escrito pela vereadora Fernanda: a política não tem que ser só pra engravatados.

Acho que vou dar de presente à vereadora Sofia, de quem, felizmente, sou companheira de corrente, uma camiseta com os dizeres: “Machismo, aqui, não”. Pra ela usar na sessão da Câmara que, semana que vem, vai apreciar o projeto de Tessaro – sim, o projeto existe, este artigo não é uma pegadinha.

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Ou nas palavras do grande Chico: “Quero perder de vez tua cabeça / Minha cabeça perder teu juízo”.
Postado por Alessandra Terribili às 00:04 0 pitacos
Tipo assim: Câmara Municipal, mulheres, Porto Alegre

http://terribili.blogspot.com/2009/09/e-eu-pergunto-com-que-roupa.html

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Grito das Excluídas aconteceu dia 04 de setembro

04/09/2009 | 13:17

Grito dos Excluídos

Movimentos sociais do campo e da cidade pedem o fora Yeda e punição aos corruptos

A corrupção que exala do Palácio Piratini espalha pobreza pelo Rio Grande afora. A fim de reverter esse cenário negativo, trabalhadores do campo e da cidade uniram-se, na manhã desta sexta-feira (4), durante o Grito dos Excluídos para exigir o impeachment da governadora Yeda Crusius e punição aos culpados. Essa manifestação popular acontece na semana da pátria em todo pais. Em Porto Alegre, os ativistas postaram-se em frente ao Palácio Piratini. Da sede do governo estadual, rumaram para a Esquina Democrática. Antes, porém, protestaram diante do Ministério Público Estadual e do Palácio da Justiça, condenando a omissão dos órgãos em apurar as denúncias que pesam sobre a gestão tucana e por silenciar diante da violência do governo contra os movimentos sociais.

“O povo excluído está nas ruas exigindo os seus direitos e moralidade nos gastos do dinheiro público”, disse o deputado Dionilso Marcon (PT), ao ressaltar a importância do ato que coloca a vida em primeiro lugar e adverte que corrupção gera corrupção. “É um momento importante para a juventude. Somos o setor mais atingido pelo governo Yeda em função da falta de emprego e de educação, pela violência e pela inexistência de políticas públicas voltadas à juventude”, acrescentou Pedro Sérgio da Silveira, do DCE da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da diretoria dos Movimentos Sociais da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Já o presidente da CUT/RS, Celso Woyciechowski, salientou que além de denunciar o assassinato do sem-terra Elton Brum da Silva, ocorrido durante a desocupação da Fazenda Southall, em São Gabriel, a manifestação também condena a corrupção e cobra punição aos agentes políticos da gestão tucana, que desviaram cerca de R$ 350 mil dos cofres públicos.

Claudia Prates, da Marcha Mundial das Mulheres, também brada pelo fora Yeda, contra a criminalização dos movimentos sociais e defende transparência nas investigações da CPI da Corrupção. “Todos querem o fim desse governo corrupto”, frisou. De cima do carro de som, a presidente do Cpers-sindicato, Rejane de Oliveira, disse que o dinheiro desviado para a compra da mansão da governadora faz falta para a saúde e para a educação. Por fim, o professor Nei Sena disse ser fundamental que os movimentos populares, sindical e estudantil do campo e da cidade se agreguem pelo fora Yeda e pelo impeachment já.

Em todo o país, essa manifestação visa a denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social. Os ativistas defendem caminhos alternativos ao modelo neoliberal capazes de desenvolver uma política de inclusão social com a participação de todos os cidadãos.

Por Stella Máris Valenzuela.



Acontece nesta sexta-feira (4), em Porto Alegre, a 15ª edição do Grito dos Excluídos. A manifestação, organizada por pastorais e movimentos sociais, ocorre todos os anos no feriado de 7 de Setembro. O objetivo é contrapor, de forma crítica, as festas, o nacionalismo e a independência lembrados no feriado. Neste ano, o tema é a crise financeira mundial e, no Rio Grande do Sul, o protesto também aborda a questão da corrupção no governo estadual. A concentração será às 10h da manhã em frente ao Palácio Piratini, na capita

O 15º Grito dos Excluídos terá como lema: “Vida em primeiro lugar: a força da transformação está na organização popular”.

O que é o Grito

O Grito dos Excluídos é uma grande manifestação popular para denunciar todas as situações de exclusão e assinalar as possíveis saídas e alternativas. Acontece normalmente no dia sete de setembro (no Brasil) e no dia 12 de outubro em toda a América, há 11 anos, mobiliza milhões de pessoas sob o lema “Por Trabajo, Justicia y Vida”.

Eixos orientadores

• Superação da exclusão social;

• Luta pelo não pagamento da Dívida externa;

• Resgate das dívidas sociais;

• Luta contra o modelo neoliberal;

• Luta contra todas as formas de migração forçada, xenofobia e racismo.

• Continuar apoiando a luta contra a ALCA/Livre Comércio, OMC e FMI;

• Luta contra a Militarização Estadunidense na América Latina e Caribe.

• Luta pela paz e contra a guerra.

Maiores informações:

http://www.gritodosexcluidos.org

gritors2009.blogspot.com
Por Agência Chasque.