quinta-feira, 22 de julho de 2010

Unidas na luta pelo fim da violência




MOBILIZAÇÃO > EM PROTESTO NA PRAÇA GETÚLIO VARGAS, EM SANTA CRUZ, MULHERES CONTARAM COM APOIO DA COMUNIDADE
fotos: Lula Helfer/Ag. Assmann


Ontem, o dia 21, foi de protesto pelo fim da violência contra a mulher em diversas cidades do Estado, entre elas Santa Cruz do Sul. Na Praça Getúlio Vargas, representantes de cinco entidades ligadas à defesa dos direitos da mulher manifestaram sua indignação pelo crescente número de mulheres agredidas, a maioria vítima dos próprios companheiros. O movimento foi organizado pela Marcha Mundial das Mulheres, Coletivo de Mulheres do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Escritório de Defesa da Mulher e Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Por meio da distribuição de panfletos com informações e orientações sobre o problema, as manifestantes chamaram a atenção da comunidade e convidaram a população a integrar o movimento. O apelo foi atendido por cerca de mil pessoas, que participaram de dois abaixo-assinados: o primeiro busca a ampliação do horário de atendimento da Delegacia da Mulher de Santa Cruz – que atualmente não funciona no turno da noite e aos finais de semana –, e o outro sugere a criação de uma vara específica com competência de Juizado Especial de Violência Doméstica Contra a Mulher. A aposentada Dilce Akele nem precisou ser abordada pela manifestação para se unir ao grupo. Ela foi até a praça especialmente para assinar os documentos, pois acredita que os crimes contra a mulher carecem de atendimento específico. “É uma simples assinatura, uma pequena contribuição que pode fazer uma grande diferença”, disse. Assim como Dilce, muitas pessoas procuraram o movimento por conta própria, o que surpreendeu as organizadoras. “Acredito que os casos de grande repercussão nacional na mídia têm influenciado a comunidade a querer ajudar, pois estão todos revoltados com o que está acontecendo”, supõe a coordenadora do Escritório de Defesa da Mulher, Iara Bonfante. Além da divulgação do manifesto, o corpo a corpo também surtiu efeito. Segundo Iara, mais de 90% das pessoas abordadas na calçada aderiram à causa. Eles também lutam Outra surpresa foi a participação dos homens que, conforme a coordenadora, quase superou o número de mulheres engajadas. O estudante Leandro Abrunhosa foi um deles. Convidado a apoiar a luta das mulheres, ele não teve dúvida. “Os homens também precisam participar, pois não vivemos sem as mulheres”, disse bem-humorado. “Além disso, estamos beneficiando toda a sociedade ao buscar a redução nos números da violência”, complementou. Também estudante, Kelly Pase acompanhou o amigo e deixou sua assinatura. “Cada um tem que fazer a sua parte, só assim vamos conseguir mudar alguma coisa”, opina. A vigília, que aconteceria no final da tarde de ontem, foi cancelada em função da chuva. Agora, o próximo passo é a entrega dos abaixo-assinados ao Ministério Público. O ato ainda não tem data definida.

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