segunda-feira, 28 de março de 2011

I Informe da MMM-RS - Formação Feminista e Plenária Estadual

O Mundo não é uma mercadoria, e as mulheres também não!

Companheiras, passamos por mais um Março, com atividades durante todo mês, que envolveu todos os movimentos de mulheres e feministas em todo o Estado.
Reafirmamos nosso compromisso na luta contra o patriarcado, o machismo, contra o racismo e contra a lesbofobia: uma luta que, para nós, também é anti-capitalista e anti-imperialista.
Pensar no 8 de março é pensar na luta das Mulheres Socialistas, que em 1910, frente a proposta de Clara Zetkin, apresentaram a resolução de instaurar oficialmente um Dia Internacional das Mulheres.
Neste 8 de março de 2011, 101 anos da Declaração do Dia Internacional, vemos que ainda há muito o que fazer para garantir nossa autonomia, igualdade e direitos plenos. Esta é a base da sociedade que queremos construir.
Desde o final da III Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, de 8 de março a 17 de outubro de 2010 estamos trabalhando com a Plataforma de Ação. Mas é fundamental que trabalhemos seus eixos em atividades de formação, afirmando cada vez mais nossa luta, nossa resistência e a convicção de que com a auto-organização, somos protagonistas da transformação de nossas vidas e da sociedade.
Queremos mudar o mundo para mudar a vida das mulheres para mudar o mundo.
16 de abril - Atividade de Formação, destinada apenas para as militantes da Marcha Mundial das Mulheres, indicadas pelos núcleos da MMM nos municípos

Local: Parque de Exposições Assis Brasil - Avenida Celina Chaves Kroeff, s/n°
BR-116 Km 21 -
Bairro do Parque, Esteio / RS

Número de vagas limitadas: 50 vagas para as militantes da MMM-RS

Ficha de Inscrição: Clique AQUI

REVOLUÇÃO CUBANA

Protagonismo e Conquistas da Mulheres

data: 28.03.2011
às 19 horas

Palestrante: Profª Ruth Ignácio
Socióloga e Professora da PUCRS

Local: Associação Cultural José Martí/RS
Rua dos Andradas, 1560 - 16º andar - s/1604 - Galeria Malcon

Informações (51)3224 4953 - 9101 3139

realização:
acjmrs@gmail.com
www.josemarti.com.br


ENTRADA FRANCA

sábado, 26 de março de 2011

A luta das “mães do Mariani” por educação infantil: expressão da busca por direitos










*Por Daniela Anunciação e Raquel Duarte

“Mães do Mariani”, assim ficaram conhecidas as moradoras do bairro Mariani de Caxias do Sul, que se tornaram um exemplo de organização e luta das mulheres na cidade.

Elas saíram da reunião do Orçamento Comunitário do bairro (processo que substitui o Orçamento Participativo no município) com a certeza de que em breve teriam a tão esperada escola de educação infantil. Não podiam imaginar que aí iniciaria um verdadeiro martírio.

Em fevereiro deste ano, a prefeitura autorizou o início das obras. Porém para total surpresa, no terreno destinado à construção da “creche”, seria construída uma área de lazer.

Como assim? Ficaram sem entender como é que a grande prioridade do bairro – escola de educação infantil – tinha se transformado de uma hora para outra em uma área de lazer. Mas elas não ficaram paradas.

Sentindo-se extremamente injustiçadas, as mães do Mariani uniram-se para reivindicar seus direitos. Com a chegada das máquinas no terreno onde seria construída a área de lazer, impediram o início das obras com seus próprios corpos.

Em outro momento, participaram de audiência pública, cobrando posição d@s vereador@s do município, entregaram abaixo assinado para o Ministério Público, fizeram manifestações em frente à prefeitura, exigindo resposta do Prefeito, e nada.

Mas elas não se cansaram. Ocuparam simbolicamente o Centro Comunitário do Bairro, e lá organizaram uma verdadeira “creche comunitária”. Fizeram alimentação e organizaram atividades para mais de quarenta crianças. E a resposta do poder público municipal, para espanto, ou não, foi dizer que a partir de agora, a mobilização das mulheres se tornara um caso de polícia, mostrando total desrespeito para com os direitos humanos.

Mais uma vez, as mulheres não se intimidaram. Elas conhecem seus direitos!

Ora, o centro comunitário pertence aos moradores do bairro, e como sócias da Associação do Bairro, têm todo o direito de ocupá-lo pacificamente.

Ainda sem obter qualquer retorno positivo para a demanda, no dia 21 de março, as mulheres fizeram uma caminhada de 10 Km, do bairro Mariani até a prefeitura. Pararam o trânsito, e chamaram a atenção da população para a sua luta, que não é só delas, e sim de toda a cidade. A final, a realidade da educação infantil no município tem se mostrado muito aquém das necessidades da população Ao chegar à Prefeitura entregaram um documento ao representante do prefeito, com suas reivindicações.

A luta das mulheres pelas “creches públicas”, não é uma luta recente. Estudando a história do feminismo, percebe-se que em meados do século XIX, feministas como Clara Zetkin, Alexandra Kolontai, entre outras, afirmavam o papel do Estado na socialização das tarefas domésticas, por meio de serviços como lavanderias, restaurantes populares e “creches”.

Essa luta continua muito atual. A construção de escolas de educação infantil tornou-se um direito da criança e uma política pública para as mulheres. É um direito da criança, uma vez que é a primeira etapa da educação básica, e, portanto, um dever público.

Sem “creches públicas”, é impossível caminhar na direção da igualdade entre homens e mulheres. Claro, numa sociedade onde é latente a divisão sexual do trabalho, a quem recai a responsabilidade das tarefas do cuidado e da educação?

A garantia de vagas em “creches públicas” constitui-se em uma política pública básica para o acesso e a permanência das mulheres no mercado de trabalho e, também para acesso ao lazer, à educação e participação em espaços da sociedade. Reafirmando: a educação infantil, é um direito da criança, da mulher, da família, e responsabilidade do Estado.

Resultado da luta das “Mães do Mariani”? A prefeitura continua defendendo a prioridade da construção da área de lazer, deixando a construção da “creche” em segundo plano, ou melhor, fora dos planos, demonstrando um total desrespeito com toda a população, e uma insensibilidade tamanha com a luta das mulheres.

Neste exato momento, as mulheres estão acampadas no local onde deveria estar sendo construída a escola de educação infantil. Estão lá, com suas crianças, dia e noite, sob chuva e sol, contando com a solidariedade dos vizinhos e parceiros, e de lá, prometem não sair até uma resposta positiva do poder público.

As “Mães do Mariani” estão irredutíveis, incansáveis. Sua dura jornada já completará dois meses. Elas só querem que a prioridade eleita pelos moradores do bairro seja respeitada.

A luta das “Mães do Mariani” é uma luta de todas as mulheres. Construção de Escolas de Educação Infantil tem que ser prioridade. Todo apoio e solidariedade à luta das “Mães do Mariani”!

Daniela Andrade da Anunciação – Coletivo de Mulheres Estudantes/UCS e militante da Marcha Mundial de Mulheres

Raquel Pereira Duarte – Militante da Marcha Mundial de Mulheres

Formação Feminista e Plenária Estadual


Companheiras militantes da Marcha Mundial das Mulheres – RS

Estamos preparando nossa atividade de formação para o mês de abril de 2011. Serão três dias de atividades nos dias 15, 16 e 17 de abril de 2011.
No dia 15 de abril será um seminário estadual que abordará o tema do trabalho e da autonomia econômica das mulheres. Dia 16 será uma atividade de formação voltado as militantes da MMM RS e terá número limitado de inscrições em função dos custos, e no dia 17 de abril realizaremos nossa plenária estadual.
As atividades acontecerão em Porto Alegre (Seminário) e em Esteio (formação e plenária). Estamos buscando recursos financeiros para que as despesas sejam pagas pela coordenação estadual da MMM-RS, e desta forma teremos um espaço de formação com alojamento e alimentação garantidos, além das despesas de deslocamento das militantes de municípios mais distantes.
Vamos encaminhar até o final desta semana a programação, que estamos fechando, e uma ficha de inscrição.

A executiva da MMM – RS

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

sexta-feira, 25 de março de 2011

ORÇAMENTO PÚBLICO COM PERSPECTIVA DE GÊNERO


* por Cláudia Prates

Herança de opressão e desigualdades


As funções exercidas por mulheres e homens, e a relação entre uns e outros, não são iguais em todos os lugares nem permanecem as mesmas ao longo do tempo, mas são definidas por vários fatores: religiosos, culturais, étnicos, econômicos, ideológicos. Falar destas relações entre pessoas do gênero masculino e pessoas do gênero feminino, e do papel que cada um assume na sociedade, é falar de relações de gênero. Quando se está atento à forma como são estabelecidas estas relações, pode-se reparar que em geral homens e mulheres não têm oportunidades iguais. Na maioria dos casos, as mulheres são as mais alijadas dos processos. Para se ter uma sociedade mais democrática, portanto, é preciso olhar para as relações de gênero e promover especialmente a participação das mulheres para que elas possam estar mais presentes nas decisões, protagonistas e demandantes de políticas públicas.

Um dos grandes desafios que temos que enfrentar consiste na construção de orçamentos públicos que contenham o recorte de gênero em suas formulações.
Os orçamentos são, em sua grande maioria, projetados de maneira uniforme para atender as demandas de toda a população. Deixam de ser consideradas as necessidades distintas de mulheres e homens. Historicamente sabemos que a sociedade dá papéis e funções diferentes a ambos. Tratar desiguais como iguais além de injusto parece discriminatório, pois aumenta ainda mais a distância entre um e outro.

Em todos os níveis de governo, as mulheres estão insuficientemente representadas. Somos minoria nos governos e na definição das políticas, nos partidos políticos, nos movimentos mistos, nos agentes econômicos, enfim, a concentração de poder unilateral, do ponto de vista feminista, influi em muitos âmbitos da vida pública e privada.

O que se verifica é que, quando esta dimensão está presente na administração pública, os/as responsáveis pela elaboração e implementação de políticas específicas, quase nunca têm estatus de secretaria, não participam das reuniões de secretariado e dependem de níveis hierárquicos superiores. E o que é ainda pior, quando são mulheres que não são sensíveis às políticas públicas com enfoque de gênero, não fazem a fala dos movimentos e tão pouco são reconhecidas como representantes da luta das mulheres. Reproduzem desigualdades, mas ocupam postos que poderiam ser de mulheres preocupadas em mudar este quadro de desigualdades e injustiças. Este é mais um desafio. Pressionar para que tenhamos, por exemplo, mulheres no 1º escalão em secretarias chaves, como fez a Presidenta Dilma.

Não está ao alcance do executivo definir novas relações de gênero, mas, ao desenhar as políticas públicas, é fundamental que se considere a herança de opressão, a divisão sexual do trabalho e as desigualdades nas ações específicas, e que estas garantam a igualdade de acesso e de oportunidades para as mulheres, em diversos aspectos da vida.

A Ministra Iriny Lopes tem afirmado que o governo deve lutar pela autonomia econômica, social e política das mulheres, e um dos pontos que entrarão na discussão será o Plano Plurianual (PPA). "Temos que destinar mais recursos aos investimentos necessários para essa autonomia. Não adiantam boas intenções se não houver recursos para implantar bons projetos e bons programas”, diz a Ministra.
Visibilidade e mobilização

É necessário ter uma agenda de políticas públicas para mulheres, separada das políticas gerais. Precisamos dar visibilidade para as necessidades da população feminina, em função da discriminação que sofremos ao longo da história, que fez com que as mesmas fossem diluídas, afim, inclusive de ocultar as formas de opressão e discriminação. Existem especificidades nas políticas públicas para as mulheres, embora busquemos igualdades em termos de cidadania: saúde, educação, emprego, politicas de crédito, habitação ( aumenta o número de mulheres que cuidam sozinhas dos filhos...), acesso à terra, documentação, sofrem violência doméstica e profissional, assistência social (recai sobre as mulheres o atendimento aos filhos, idosos e doentes), cultura, lazer, etc.
A pobreza tem cara, sexo e cor - A pobreza é a cara das mulheres

Os desafios para alcançar a transformação da situação das mulheres chefes de familia, urbanas e rurais, aliviar a sobrecarga de trabalho, eliminar a feminização da pobreza e eliminar o machismo das políticas públicas é muito mais do que ter a política no papel.
Estas especificidades precisam ficar bem nítidas, afim não só de atendê-las, mas de romper com o nivelamento social que oculta as diferentes formas de discriminação.
Ter programas objetivos em todas as áreas, um órgão que as execute, com poderes para tal, garantindo a transversalidade e a integralidade na execução destas políticas, com orçamento assegurado para sua execução, definindo desde o início da gestão a existência das mesmas.

Controle Social

Os debates sobre orçamento público com a sociedade, e a capacitação das mulheres para esses espaços faz parte de uma das tarefas também das gestoras dos organismos de políticas públicas para as mulheres. Para as mulheres, a participação direta através do Orçamento Participativo teria a garantia de que suas demandas seriam atendidas. Não de forma automática, mas com disputa de projetos e prioridades. O modelo de Consulta Popular limita muito este formato democrático, pois no OP as mulheres votam nos projetos que elas ajudaram a discutir, e já apontaram os recursos desde o PPA. Na consulta elas votariam em listas pré-ordenadas que não foram elas as demandantes.

O controle público se faz por meio de várias ações e é um instrumento político que pode favorecer a participação das mulheres, seja no orçamento participativo, seja em formas de pressão direta para efetivação das políticas públicas, e direito das mulheres através dos fóruns e conselhos de mulheres.

Nada virá de forma fácil. É na luta cotidiana nos espaços de participação popular, organizando assembléias de massa, garantindo a diversidade e pluralidade das mulheres, compartilhando o poder de decidir sobre as demandas com o executivo, com autonomia.
Disputar o modelo de participação popular, pode nos levar a enfrentar resistências, mas a luta pela igualdade de direitos passa por questionar toda uma realidade de dominação e de opressão. A sociedade que queremos construir não discrimina nem inferioriza as mulheres. Não impõe padrões de beleza, de comportamento, de idéias, de feminilidade. Não impõe a submissão, nem a maternidade. Tem que ser uma sociedade de iguais.
Tem que ser uma sociedade de mulheres e homens livres!

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres.

* Claudia Prates - é militante feminista da Marcha Mundial das Mulheres e integrante do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres

segunda-feira, 21 de março de 2011

Abertas as inscrições...


Abertas as inscrições...

Santa Maria/RS, 04 de março de 2011.

Comunicamos que já estão abertas as inscrições para a 7ª FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DO MERCOSUL E 18ª FEICOOP.

Clique no link http://www.esperancacooesperanca.org.br/feicoop/

Irmã Lourdes Dill

Coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança

Fone/Fax: 55 - 3219-4599

E.mail: projeto@esperancacooesperanca.org.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Site:www.esperancacooesperanca.org.br





segunda-feira, 14 de março de 2011

Doces Poderes - Ciclo de Filmes


Dia da Mulher pelo interior do Estado

Esteio

Exposição de fotos itinerante (de 14 ao 19/03), município de Esteio
O Coletivo Feminista Vânia de Araujo Machado
Convida:
Exposição de fotos itinerante da Marcha Mundial das Mulheres

Data:
14/03 as 17hs Comunidade Vila Nova (parceria Escola Prepara)
15/03 as 17hs Praça do Expedicionário
17/03 as 14hs Amostra do Filme da Marcha Mundial das Mulheres na camara de vereadores
debate sobre os conselhos de direitos da Mulher
(Claudia Prates- conselho nacional, Ana Rosa- Canoas e Suzana Nardi Conselho da Mulher -Esteio)
18/03 as 15hs Avenida do Carnaval

Eldorado do Sul

19 de março - das 9:30 às 12h

I Seminário do Movimento de Mulheres em Ação
"Dia da Mulher pra quê?"
Local: CTG Porteira da Tradição - Rua Emancipação nº 1.000 - Eldorado do Sul

Caxias: O coletivo de mulheres da UCS vai fazer uma semana de atividades culturais, debates após o 8 março; sindicatos também vão organizar atividades em parceria com a MMM.

o Participação da MMM no congresso da União Estadual dos Estudantes (UEE LIVRE)

Vacaria: semana da mulher – de 12 a 20 de março - tema: a mulher, a família e o poder - dia 16, 20h – palestra com Monica Montana - local: ginásio da universidade de caxias do sul

Santa Cruz:
Dia 8- carnaval feminista em Santa Cruz
dia 15 de março Jornada Estudantil na UNISC - O coletivo de mulheres organizará uma plenária sobre feminismo e a camarada Alexandra- diretora de mulheres da UEE Livre estará na atividade.

Canela

“Celebrando o Dia Internacional das Mulheres”
Mulher: acima da questão de gênero.

Mais de 100 anos em que o dia 8 de março ficou definido como a data para marcar o Dia Internacional da Mulher resta ainda questionamentos sobre a importância da data e a certeza de ser um momento conjunto de comemoração, reflexão e necessidade de continuar uma luta que está longe de ter término já que a pretensa igualdade entre homens e mulheres ainda não é realidade que se avizinha.

Três pontos parecem ser nevrálgicos nestas discussões: os espaços públicos - de trabalho e participação política - que continuam sendo desiguais entre ambos; a questão de marcantilizaçao do corpo da mulher e a questão da violência doméstica que ainda se faz presente em grande parte dos lares brasileiros apesar de uma redução de 37,5% nos índices de violência contra a mulher após a implementação da Lei Maria da Penha.

Tendo em vista estes aspectos precisamos, ainda, refletir sobre o papel da mulher e a necessidade de dar continuidade à luta para garantir uma sociedade igualitária onde estes aspectos acima serão erradicados garantindo uma sociedade mais justa a todos cidadãos e cidadãs.

*Para conversar estará conosco a advogada Monica Montanari abordando a questão da violência domestica e uma representante da MMM falando da importância do moviemento social para a organização das mulheres.
*Teremos Feirinha com trabalhos dos grupos de mulheres.

Dia 26/03/11 Sábado
Horário13h
Casa de Pedra – Canela/RS

Organização ONG AMUCAN
Apoio COMDIM
Parcerias SEIDE, MMM, PLPs

domingo, 13 de março de 2011

Agenda da MMM RS


ATENÇÃO:

Segue o link da MARCHA DAS MARGARIDAS 2011 - CHAMADA GERAL

http://www.youtube.com/watch?v=OBlHJ-uRKAQ

2011 RAZÕES PARA MARCHAR POR: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COM JUSTIÇA, AUTONOMIA, IGUALDADE E LIBERDADE.

sábado, 12 de março de 2011

Sucesso no primeiro dia da apresentação da peça Frida Khalo, à Revoluçã!





Em parceria com o Teatro Renascença, o Sintrajufe e a Marcha Mundial das Mulheres, aconteceu nesta sexta, 11, o primeiro dia do espetáculo Frida Kahlo, à Revolução!. Antes da peça, um bate papo inteligente, chamado Kahlo e a percepção do feminino, conduzido por Cristiane Giareta da MMM, Bárbara Wilbertt, SINTRAJUFE e a Socióloga Enid Backes - falando sobre a história de Frida e a sua vida irreverente, feminista e revolucionária.

O espetáculo, escrito por Juçara Gaspar e dirigido por Daniel Colin, é focado no princípio revolucionário, com a própria Frida conduzindo o espectador por uma redescoberta ética e estética, da arte como denúncia solidária e solitária, possível através da mágica que é o fazer teatral.


Após a apresentação da peça, que contou inclusive com um momento em que a Iris (MMM) dança com Frida, fomos brindadas com um coquetel organizado pela Cooperativa GiraSol, Tenda da Juçara e o Casarinho. Estava simplesmente maravilhoso, bem montado e apetitoso. Além da apresentação com folhas de bananeiras e mudas de plantas nativas, contamos também com um espaço onde podíamos (nós mesmas) lavar os copos utilizados, sem desperdício de água e uso de sabão ecológico.

Tudo foi muito bem organizado e estão todas de parabéns: a Laura e o Breno pelo Teatro Renascença, a Marilise e Bárbara pelo Sintrajufe e a Fernanda, Mateus, Ariel, Livia e Carin pelo Casarinho.

O espetáculo vai até domingo, 13, e quem ainda não assistiu não pode perder (já que perdeu o bate papo e a comilança). Lembrando que tem que chegar 1 hora antes para pegar o ingresso, no domingo a peça inicia as 20h.

Na segunda, 14, temos ainda a apresentação do vídeo “Seguiremos em Marcha até que todas Sejamos Livres”, realizado em março de 2010, pela Marcha Mundial das Mulheres. Não perca, será no Cine bancários, as 19h, em Porto Alegre.

Saiba mais: http://mmm-rs.blogspot.com/2011/03/agenda-da-mmm-rs.html

sexta-feira, 11 de março de 2011

A culpa é das mulheres

por Alessandra Terribili*

Que o Jornal da Globo não deve ser referência para a construção de opinião de ninguém, isso já sabemos. Willian Waack e sua disposição extraordinária para o imperialismo e a direita, com frases de efeito e caras amarradas, são o testemunho principal de que se trata do telejornal mais posicionado politicamente na Rede Globo. Está à direita e não abre mão. Nem a cobertura do futebol escapa.

Ontem, mais uma demonstração disso. Para este artigo, vou me basear no texto disponível no sítio eletrônico do famigerado jornal, porque, obviamente, não decorei a matéria que vi na TV esta madrugada.

A chamada anunciava uma tal pesquisa que dizia que as mulheres não pedem aumento, ou pedem aumento menos que os homens. A relação imediata e automática feita pelo jornal foi exatamente essa: as mulheres ganham menos porque não pedem aumento!

Leia mais.....
* Alessandra Terribili é Jornalista, mestranda em Ciência Política na UFRGS, militante de esquerda e feminista.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Carta aberta para Sandy


Vou te dar um conselho… de mulher pra mulher: você não precisa ser santa, nem puta. Você pode ser livre.

Por Tica Moreno
*

Quando eu estava no ensino médio, você fez um desserviço pras meninas da minha idade, que é a mesma idade que a sua.

Foi a época da “garota sandy“: uma jovem, bonita, magra, de cabelo liso, a filha que todo pai e mãe queria ter, rica…. e virgem. E que afirmava que queria casar virgem.

A garota sandy era aquilo que nenhuma de nós éramos, mesmo que a gente tivesse uma ou outra característica dessas aí de cima. A verdade é que a gente nem queria ser daquele jeito.

Foi a primeira vez (que eu me lembre) que eu me vi sendo comparada com um modelo de mulher que eu não queria ser. E eram os outros que nos comparavam. Aí a gente foi se sentindo inadequada, umas mais, umas menos.

Qual era (qual é) o problema de não casar virgem? (Isso pra não perguntar qual é o problema de não querer casar…)

Você não acha um problema de fato, até porque há alguns anos você afirmou que não tinha casado virgem. Fico até aliviada por você, porque imagina se não fosse bom com seu marido? Ainda mais se a relação de vocês for monogâmica e conservadora… Não desejo uma vida sem orgasmo nem pro meu pior inimigo.

Mas voltando. O padrão “garota sandy” não foi uma reportagem qualquer que saiu na revista da folha. Reforçou um padrão que faz com que a anorexia e a bulimia estejam entre as principais doenças de jovens mulheres, que faz com que milhões de meninas e mulheres vivam sua sexualidade a vida inteira de forma passiva, em função do desejo e do prazer do cara, que faz as meninas e mulheres que são donas do seu desejo serem consideradas vadias, vagabundas, putas, devassas.

O machismo faz isso: separa as mulheres entre santas e putas, “valoriza” as santas e puras e desqualifica, discrimina, violenta as “putas”.

Deve ter algum motivo pra você se afirmar como santa, e não como puta, numa época da sua vida.

E daí eu vou te dizer, caso você ainda não tenha entendido o porquê dessa carta aberta, seu segundo desserviço pras mulheres. Ser a nova garota devassa.

Pra quê?? De dinheiro você não precisa.

Você não estudou psicologia? [Não, me disseram aí nos comentários que ela estudou Letras, mal aê - mas eu lancei um google e vi que na época do meu ensino médio, de onde eu tirei a memória pra escrever esse post (ano 2000), circulou ainformação da psicologia, rs.] Deveria ter aprendido alguma coisa sobre sexualidade teoricamente, além da prática (que, de novo, espero que seja boa pra você).

Nem as santas, nem as putas, são donas do seu desejo, do seu corpo, da sua sexualidade. O símbolo da devassa, e o imaginário que essa cerveja construiu – e que você vai propagandear – é o de uma mulher feita nos moldes do que a maioria dos homens tem tesão por. Importa o tesão deles, e não o nosso.

As revistas femininas (e as masculinas) fazem isso também. Sabe aquelas dicas da Nova pra fazer qualquer mulher deixar qualquer homem louco na cama? Então. É o mesmo machismo, a mesma submissão.

Você de alguma forma tá querendo apagar a imagem de santa, usando a idéia de que você pode ser devassa?

Vou te dar um conselho… de mulher pra mulher: você não precisa ser santa, nem puta. Você pode ser livre.

* Tica Moreno é formada em Ciências Sociais, foi do DCE da USP e do Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CEUPES). Atualmente trabalha na Sempreviva Organização Feminista, SOF. Tica é militante da Marcha Mundial das Mulheres.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Guia da comunicação sobre aborto

Apresentação extraída da publicação “ABORTO- Guia para profissionais da comunicação”

Há seis anos o governo brasileiro lançou o primeiro Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, produto da Primeira Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. Um dos itens deste Plano foi o encaminhamento, através da então Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (hoje SPM), de uma proposta para a revisão da Lei que pune o aborto no Brasil. Foi composta uma Comissão Tripartite que formulou um anteprojeto, entregue pela ministra Nilcéa Freire à Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara em setembro de 2005. Este episódio é parte do processo contemporâneo de gestões democráticas, um processo que traz avanços mas gera também, na sociedade brasileira, reações conservadoras aliadas ao fundamentalismo religioso.
(…)
A lei atual é retrógrada. Criminalizar o aborto não inibe a prática clandestina, embora o recurso ao estouro de clínicas venha sendo cada vez mais utilizado para alimentar a cultura e a política pública da criminalização. Há com isto uma situação imoral de descaso pela vida das mulheres, em sua maior parte negras e pobres, que morrem no contexto de clandestinidade.
(…)
Este documento tem o objetivo de apoiar o trabalho de jornalistas que pretendam lançar luzes sobre este assunto. Foi elaborado com base em fontes oficiais, de governos e institutos de pesquisa nacionais e internacionais, trazendo informações que poucas vezes estão na agenda pública. Para além dos dados, indicamos fontes especializadas de forma a colaborar com possíveis matérias/reportagens.

Esperamos assim contribuir com a imprensa em sua cobertura e também reforçar oportunidades de interlocução.

Recife, fevereiro de 2011
Paula Viana (Secretária Executiva das Jornadas Brasileiras pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro)

Para baixar o Guia completo, acesse o link abaixo

http://abortoemdebate.com.br/arquivos/Aborto_Guia_comunicacao.pdf

Fonte da Imagem: http://explodiulilas.blogspot.com/2009/12/mulheres-em-todos-os-espacos.html


Enquanto você “vai pensando aí”, nós estaremos por aqui, sempre dispostas a te fazer companhia!

http://www.youtube.com/watch?v=iGWW3M3s_t0&feature=player_embedded


terça-feira, 1 de março de 2011

Mulheres camponesas fazem protesto na Braskem no RS


1 de março de 2011


Da Página do MST

As mulheres trabalhadoras do campo e da cidade realizam neste ano mais uma jornada nacional de lutas em torno do dia 8 de março.

Na manhã desta terça-feira (1/3), cerca de 800 mulheres ocupam o pátio da empresa Braskem, do grupo Odebrecht, no Pólo Petroquímico de Triunfo, região metropolitana de Porto Alegre.

Leia manifesto das mulheres trabalhadoras em luta do Rio Grande do Sul

A ação é organizada pelas mulheres da Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Levante da Juventude e Intersindical e integra a jornada nacional de lutas das mulheres.

A manifestação na Braskem tem o objetivo de denunciar que o plástico verde, produzido à base de cana-de-açúcar, é tão nocivo e poluidor quanto o plástico fabricado à base de petróleo.

O produto é propagandeado pela empresa e pelos governos como uma solução para os problemas ambientais. No entanto, as mulheres alertam que o plástico verde irá intensificar a proliferação do monocultivo, intensificar a transgenia, o uso de agrotóxicos e a concentração de terra.

Para viabilizar a produção de plástico verde em grande escala, a empresa tem como meta plantar quase dois milhões de hectares de cana-de-açúcar no RS. Isso inviabiliza ainda mais a agricultura camponesa e gera a expulsão de milhares de famílias camponesas da terra.

Para a população da cidade, o crescimento de mais essa monocultura significa aumento dos preços dos alimentos e mais pessoas disputando empregos e moradia.

A jornada nacional de lutas das mulheres iniciou na segunda-feira (28) com a ocupação da empresa Veracel na Bahia por 1.500 mulheres.

O plástico “verde” da Braskem é uma mentira




Verde, vírgula

O grupo Odebrecht/Braskem (sim, Odebrecht se origina daquela famosa empreiteira) afirma - e a mídia guasca faz coro - que estará produzindo o que chama de “plástico verde” em Triunfo (RS).
A matéria-prima desse polietileno é a cana-de-açúcar. Mas isso não garante o selo verde ao produto final, como estão alardeando aos quatro ventos do senso comum.

O plástico produzido pelo grupo Odebrecht – com recursos do BNDES e investimentos da Petrobras – não pode ser considerado “verde”.

O plástico de Triunfo é tão “verde” quanto são “silviculturas” as plantações de eucalipto e pinus das papeleiras na Metade Sul.

Trata-se de mais uma apropriação indébita da linguagem por parte dos exterminadores do futuro. Monocultura de eucalipto não é silvicultura, que se caracterizaria somente se houvesse reposição das espécies nativas do bioma Pampa. Não é o caso, as papeleiras plantam espécies exóticas e, o mais grave, o fazem em vastas extensões, não respeitando mananciais de umidade, fontes de água, microclimas e sobretudo a diversidade zoobotânica original.

O polietileno da Braskem não é “verde”, porque não é biodegradável, o que significa dizer que se degrada no mesmo longo prazo que o plástico originado do petróleo, ou seja, depois de centenas de anos.

Mas, mesmo que fosse biodegradável, admitamos, ainda assim não seria “verde”, porque o sistema de cultivo da cana-de-açúcar – no regime do agronegócio – não é sustentável. Ao contrário, o cultivo da cana é feito de forma extensiva, em vastas monoculturas, exigindo a concentração da terra, sofrendo aplicações de agroquímicos pesados e cumulativos, e fertilizantes não-orgânicos que comprometem a estrutura dos solos e desequilibram os microorganismos vivos e o ambiente natural como um todo.

Para agravar, essa produção pseudoverde vem a rigor fortalecer – econômica e politicamente – as famigeradas cadeias produtivas que formam o chamado agrobusiness, a saber: os oligopólios dos grãos, os oligopólios das sementes, dos alimentos industriais, dos fertilizantes e agroquímicos e por último (ou por primeiro), a hegemonia do capital financeiro – que subtrai o seu nada modesto quinhão de cada operação negocial deste grande circuito do qual poucos participam.

Fonte: blog do diário gauche