quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

8 de março 2013 em Canoas RS


No dia 08 de março, pela manhã, a MMM de Canoas organizará:
das 10h as 12h - uma oficina de batucada

12h almoço com as mulheres presentes na oficina

A partir das 14h, teremos uma concentração no calçadão para uma caminhada em conjunto com a Coordenadoria da Mulher de Canoas, com a batucada.

Conseguimos um ônibus e lavaremos as mulheres da batucada e caminhada para o Largo GLênio Peres as 17h.

Jornada Feminista - 8 de março 2013, Caxias do Sul



domingo, 24 de fevereiro de 2013

Orientações para o 8 de março 2013 da Marcha Mundial das Mulheres


 
Companheiras,

Estamos às vésperas do 8 de março, dia Internacional de Luta das Mulheres.

Nesse momento de banalização e mercantilização da sexualidade, de incremento da violência, de falsas soluções para a crise sistêmica como o capitalismo verde que mercantiliza a natureza, temos que fazer ecoar com mais força as nossas bandeiras.

Não basta dizer não à violência sexista, mas denunciar como ela é parte de um modelo estruturante da sociedade que nos mantém a margem da riqueza, na base da pirâmide social, servas do trabalho doméstico e de cuidados. Lutar por autonomia econômica é mais atual que nunca.

É imprescindível também denunciar como a prostituição é parte deste mesmo modelo que controla a nossa sexualidade a serviço do prazer masculino. A posição da Marcha Mundial das Mulheres é mais além do que tem sido debatido em torno do projeto do Dep. Federal Jean Wyllys, que mais do que propor direitos para as protitutas, o que está no centro da proposta é a legalização dos cafetões/tinas.

Tal projeto, que tem sido aplaudido por setores legalistas e neoliberais, serivirá apenas para legitimar processos já em curso de especulaçlão imobiliaria, higeinização e para ampliar o mercado do turismo sexual e da pornografia, ansiosos por sair da clandestinidade para auferir maiores lucros aproveitando a euforia da copa e de grandes eventos.

Denunciamos a prostituição como à forma mais cruel e antiga de exploração, que existe para manter um sistema patriarcal, racista e heterossexual. Somos incondicionalmente solidárias as mulheres prostitutas!

Afirmamos o direito à autonomia sobre nosso corpo e sexualidade e negamos a imposição da maternidade, por isso lutamos pela legalização do aborto e reafirmamos nossa visão de que a sexualidade é construída socialmente e que somos sujeitos ativos na luta e defesa do seu livre exercício sem coerção, estereótipos e relações de poder.

Reafirmamos nossa solidariedade à luta de todas e todos por terra e nosso total apoio àresistência das mulheres de APODI/ RN como uma luta concreta, mas que carrega o simbolismo de lutas por paz, terra e território no Brasil e no mundo.  

Demonstraremos, no dia 8 de março de 2013, à nossa maneira: crítica, ousada e irreverente, que o mundo nós queremos será livre de capitalismo, machismo, racismo e lesbofobia! Assim é o nosso feminismo construído todos os dias do ano!

Neste 8 de março, a Marcha Mundial das Mulheres reafirma: o mundo não é uma mercadoria, as mulheres também Não!

Marcha Mundial das Mulheres


Obs. Aguardamos notícias das preparações do 8 de março em todas as cidades! Nos enviem relatórios e fotos das atividades!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O anticoncepcional e a vida das mulheres, por Raquel Duarte

por Raquel Duarte*

No início deste mês, nós da MMM/Caxias do Sul fomos surpreendidas com uma notícia que nos deixou muito tristes e indignadas. Uma companheira feminista contraiu trombose no braço, provavelmente pelo uso do anticoncepcional Diane 35. Confira a aqui a reportagem: http://www.folhadecaxias.com.br/noticia/Os+riscos+de+uma+pilula+ainda+aceita+aqui/3100
Ficamos tristes pelo estado de saúde da nossa companheira (que recebeu alta e se recupera bem!) e indignadas por ver mais uma consequência desta sociedade capitalista e patriarcal que tem o lucro com principal objetivo, sem se preocupar com a vida das pessoas.

Após muitos anos de comercialização desta pílula anticoncepcional em todo o mundo, foi preciso a morte de diversas mulheres, e outras centenas de casos de trombose para que finalmente um país resolvesse ir mais a fundo na discussão sobre os reais riscos do uso desse tipo de tratamento de reposição hormonal.  
E olha que esse tema não é nenhuma novidade, inclusive, nas ‘bulas’ de praticamente todos os anticoncepcionais constam o alerta referente ao risco de trombose arterial ou venosa. Outra informação que consta nas bulas é referente ao perigo de fumar e tomar o anticoncepcional.

Aí fica um questionamento: como pode a indústria farmacêutica não ter evoluído nesse sentido, de aprimorar os anticoncepcionais, de criar outros métodos seguros de prevenção da gravidez? E mais, por que são as mulheres que devem controlar sua fertilidade com anticoncepcionais que alteram totalmente seus hormônios e enfrentar os efeitos colaterais e os riscos de saúde?
Todos sabem que fumar faz mal à saúde, mas para as mulheres pode ser mortal. E não por complicações ligadas ao pulmão e respiração como se espera. E sim, por tentar se prevenir e não engravidar, tomando anticoncepcionais (método mais recomendado por todos/as os/as ginecologistas além da camisinha que também previne doenças).

Foi proibida na França a venda do Diane 35, e provavelmente outros países siga o mesmo exemplo. Mas de que adianta a proibição deste em específico se vários outros contêm os mesmos componentes que causam riscos à saúde da mulher? De nada adianta. O que precisamos é de uma transformação na medicina e na indústria farmacêutica. Precisamos é de mais investimentos em pesquisas referente à saúde da mulher, para que produtos em que haja a mera suspeita de riscos de vida seja de imediato proibida a comercialização.
Enquanto isso, a nós mulheres resta apenas fazer um opção: fumar, tomar anticoncepcional, contar só com a camisinha, engravidar??? Afinal, se a tarefa do cuidado e da educação já é uma tarefa culturalmente imposta às mulheres, a tarefa da prevenção da gravidez seria de quem, não é?

Para entender melhor sobre o tema dos anticoncepcionais, leia o texto “O Diane 35 e nossas escolhas” de autoria da companheira Ana Cristina Pimental, no blog da Marcha Mundial das Mulheres - Feminismo 2.0 até que todas sejamos livres: http://marchamulheres.wordpress.com/2013/02/15/o-diane-35-e-nossas-escolhas/

* Raquel C. P. Duarte – advogada e militante da Marcha Mundial das Mulheres/

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

NOTA DA MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES SOBRE O JULGAMENTO DO ESTUPRO COLETIVO PRATICADO POR INTEGRANTES DA BANDA NEW HIT


NOTA DA MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES SOBRE O JULGAMENTO DO ESTUPRO COLETIVO PRATICADO POR INTEGRANTES DA BANDA NEW HIT
No dia 26 de agosto de 2012, na cidade de Ruy Barbosa na Bahia, duas adolescentes foram estupradas por 9 homens integrantes da Banda New Hit, dentro do ônibus do grupo. As meninas se dirigiram ao veículo para pedir autógrafos e parabenizar um dos integrantes que fazia aniversário. Lá, foram violentadas de forma brutal e humilhante, com a conivência e também violência de um Policial Militar.
Em virtude do caso, no dia 26 de outubro de 2012, nós, da Marcha Mundial das Mulheres, fomos até a casa de veraneio do estuprador Eduardo Martins, vocalista da Banda New Hit. Afirmamos que enquanto não houver justiça haverá escracho feminista!
Para nós, exigir a punição de todos os estupradores e agressores às mulheres é tarefa fundamental dos que defendem a igualdade e a liberdade. A impunidade incentiva e naturaliza a violência contra a mulher.
Além do sofrimento provocado pelo crime violento, as vítimas estão distantes da sua cidade, afastadas do convívio social e tendo suas liberdades cerceadas. Sofreram violência sexual e encontram-se encarceradas por conta das ameaças de morte. Enquanto isso, os autores do crime estão em liberdade realizando shows pelo Brasil. Uma completa inversão de valores, quando quem comete a violência é consagrado, enquanto quem a sofre é relegada ao silêncio e a ter que se esconder para sobreviver.
Casos como esses são cada vez mais recorrentes em nossa sociedade que convive com a violência às mulheres como forma de dominação e exploração. No geral, a violência é utilizada como controle da vida, do corpo e da sexualidade das mulheres. Muitos estupros tentam ser justificados porque caminhamos sozinhas à noite, porque somos lésbicas, ou quando desobedecemos aos maridos. A lógica da violência funciona como “corretivo” às mulheres consideradas “putas”. Um castigo por desobedecermos as normas que nos são ensinadas/impostas.
No caso do estupro coletivo cometido pelos integrantes da Banda New Hit não foi diferente. As adolescentes foram julgadas como vagabundas e que mereciam o estupro por terem subido no veículo em que estavam 9 homens.
O estupro é talvez a manifestação mais cruel da violência machista, anuncia o fato de que a mulher não tem possibilidade de escolhas sobre o seu próprio corpo, e que nossas vidas estão inscritas no limite da subordinação aos homens.
Vivemos um momento na conjuntura da vida das mulheres em que a classe dominante tenta consolidar a idéia de que a igualdade já foi alcançada e a luta feminista não é mais necessária. Essa idéia tenta ser difundida principalmente nos países que, por exemplo, possuem mulheres na presidência, ou em outros cargos importantes do Estado, porém, os dados relativos aos índices de violência às mulheres da classe trabalhadora são alarmantes.
Segundo o Mapa da Violência – Homicídios de Mulheres no Brasil, publicado em 2012 pelo Instituto Sangrari, a cada três minutos uma mulher sofre algum tipo de violência. Entre os anos de 1980 e 2010, foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no país. Nos últimos dez anos, foram 43,7 mil assassinatos, representando um aumento de 230% em relação ao período anterior. Ademais, sabemos que apenas 2% dos agressores de mulheres são condenados, o que demonstra o completo descaso das autoridades às inúmeras violências sofridas pelas mulheres.
No Brasil, a lei Maria da Penha representa um avanço, fruto da luta do movimento feminista, mas os problemas de precariedade nos órgãos e na rede de atendimento às mulheres, a falta de pessoal especializado, de funcionários capacitados, sucateamento das poucas delegacias de atendimento à mulher e quase inexistência de equipamentos como casas-abrigo públicas, dificultam sua aplicabilidade e o rompimento do ciclo de violência vivido pelas mulheres.
Por tudo isso, convocamos todas e todos ao julgamento dos estupradores que acontecerá nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro de 2013, na cidade de Ruy Barbosa, Bahia. Sabemos que o fato deles serem homens com fama e dinheiro os protegem. Somente com muita pressão social e política os estupradores serão condenados. A prisão de Eduardo Martins e de toda a Banda New Hit será uma vitória das mulheres e homens que defendem uma sociedade justa e igualitária.
Defendemos um Projeto Popular para o Brasil e compreendemos que a eliminação da violência contra a mulher e da mercantilização dos nossos corpos é parte fundamental para a construção de uma sociedade em que a justiça, igualdade e liberdade sejam pilares.
Somos Negra Zeferina, Luiza Mahin, Maria Felippa! Empunharemos nossos corpos como espadas para defender uma sociedade justa e igualitária. Somos mulheres organizadas que não silenciam diante de atrocidades como essa. Até que os integrantes da Banda New Hit sejam julgados e condenados não descansaremos! Temos direito a uma vida sem violência e lutaremos por isso.
Por um Projeto Feminista e Popular seguiremos em Marcha até que todas sejamos LIVRES!
QUEREMOS EDUARDO MARTINS PRESO!
ESTUPRO É CRIME E A CULPA NUNCA É DA MULHER!
NEW HIT NA CADEIA!
Marcha Mundial das Mulheres
Coletivo Maria Maria - Juiz de Fora/MG
Coletivo de Mulheres Feministas de Araras/SP
Terra Roxa - Juiz de Fora/MG
Conselho da Condição Feminina de Cubatão/SP
Centro de Referência da Mulher de Cubatão/SP
Associação da Sociedade Civil "Construindo Gênero" - Cubatão/SP
Kiwi Companhia de Teatro/Cooperativa Paulista de Teatro - São Paulo/SP
União de Mulheres de São Paulo
Coordenação de Promotoras Legais Populares de São Paulo
Projeto Maria, Maria - São Paulo
Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste - MMTR-NE
Marcha das Vadias de São Paulo/SP
Centro Nacional de Resistência e Religiosidade Afro-Brasileira-CENARAB
Fórum de Mulheres Negras do Estado de São Paulo/SP
Oriashé - Coletivo de Mulheres Negras - São Paulo/SP
Marcha Mundial das Mulheres do Paraná/PR
APP Sindicato - Paraná/PR
Cinemulher - São Paulo/SP
CIM - Centro Informação Mulher - São Paulo/SP
Fórum de Mulheres de Torres/RS
Movimento das Mulheres do Sertão do Vale do São Francisco (Bahia e Pernambuco) - Núcleo da MMM
Coletivo de Mulheres do IFRN - Natal/RN
Marcha Mundial das Mulheres - Alagoas/CE
Sindprev - Alagoas/CE
Secretaria de Mulheres de Alagoas/CE
Departamento de Políticas Públicas para Mulheres da Prefeitura de Hortolandia/SP
CUT Minas Gerais
Grupo Mulheres na Comunicação à Serviço da vida, da Associação Comunitária de Radiodifusão de Independência/CE
Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras de São Paulo
Marcha Mundial das Mulheres - DF
Secretaria de Mulheres do PT-DF
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